De rei da música a rei dos imóveis

Roberto Carlos deixa ramo imobiliário após 10 anos de sociedade

Segundo o atual CEO da Star Opera Incorporadora, o artista optou por voltar suas atenções exclusivamente para a música

O "Rei da Música" Roberto Carlos (Foto: Reprodução)
O "Rei da Música" Roberto Carlos (Foto: Reprodução)

Roberto Carlos não viveu apenas emoções no sentido figurado — também mergulhou nelas no mundo dos negócios. Por quase uma década, o cantor foi o principal sócio da Incorporadora Emoções, empresa que levou no nome uma de suas marcas registradas.

O “Rei da música” se retirou da sociedade em 2020, deixando o empreendimento que mantinha com os empresários Ubirajara Guimarães, Jaime Sirena e Dody Sirena. Conforme apuração da Exame

Segundo Jaime Sirena, atual CEO da Star Opera Incorporadora, o artista optou por voltar suas atenções exclusivamente para a música.

“Ele preferiu se concentrar na carreira de cantor. Apesar de amar arquitetura, ele também viu que o mercado imobiliário é de risco. Afinal, uma incorporação leva pelo menos cinco anos, desde a compra do terreno até a conclusão do investimento”, diz.

Após a saída do cantor, Sirena reestruturou os negócios e criou a holding Star Ópera. A marca Emoções foi mantida, mas sem mais nenhuma ligação direta com a imagem de Roberto. Ainda assim, o empresário afirma que a relação continua boa — e que, se o artista quiser retornar, as portas estarão abertas.

Do palco para os canteiros de obras: a incursão do Rei no mercado imobiliário

O início da trajetória de Roberto Carlos no mercado imobiliário remonta a 2011, quando o cantor surpreendeu o público ao se tornar sócio de uma incorporadora, com participação de cerca de 30%.

O projeto de estreia foi grandioso: o edifício Horizonte JK, erguido em uma das avenidas mais nobres de São Paulo — a Juscelino Kubitschek, no bairro do Itaim Bibi.

Com fachada nas cores azul e branca — as preferidas do rei — o prédio simbolizava a entrada de um dos maiores ícones da música brasileira em um novo universo: o da construção civil.

O lançamento causou alvoroço no mercado. Das 266 unidades residenciais disponíveis, ao menos 250 despertaram o interesse de compradores logo na apresentação inicial a corretores. O edifício conta, ao todo, com 346 unidades entre residenciais e comerciais.

Na época, o apartamento mais acessível do empreendimento tinha 54 metros quadrados e custava R$ 756 mil. Catorze anos depois, o mesmo imóvel não sai por menos de R$ 1,5 milhão, segundo os principais portais de venda de imóveis do país.

Após um hiato entre 2015 e 2017, a incorporadora voltou ao mercado com um novo projeto: o Horizonte Parque Flamboyant, em Goiânia. Localizado em frente ao parque de mesmo nome, o edifício conta com 46 pavimentos e 152 apartamentos.

Durante o período em que Roberto Carlos esteve como sócio, os empreendimentos lançados somaram R$ 1 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV), com um investimento total de R$ 300 milhões. Inicialmente, os aportes vieram de capital próprio. Depois, vieram parcerias com empresários e alguns poucos investidores. “O dinheiro do primeiro prédio era reinvestido no próximo, e por assim vai”, explica Jaime Sirena.

Empreendimento bilionário marca nova fase da incorporadora

Mesmo após a saída de Roberto Carlos da sociedade, a incorporadora seguiu ativa no mercado e manteve novos projetos em andamento. Em São Paulo, dois empreendimentos residenciais foram desenvolvidos em endereços estratégicos: um na rua Harmonia e outro na avenida Hélio Pellegrino. Ambos já estão em processo de entrega das unidades.

Agora, o foco da Star Ópera está voltado para um dos destinos turísticos mais disputados do Brasil: Gramado, na Serra Gaúcha. Lá, a empresa prepara um megaprojeto em um terreno de 10 mil metros quadrados, com previsão de investimento na casa de R$ 1 bilhão.

O complexo será multifuncional, reunindo unidades residenciais e comerciais, além de uma área de entretenimento e um hotel da rede Club Med — que será o quarto da marca tanto no Brasil quanto na América do Sul.