A Rossi Residencial (RSID3) comunicou ao mercado que entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
De acordo com a Rossi Residencial, o pedido de recuperação judicial representa “uma etapa fundamental no processo de equacionamento econômico-financeira do Grupo Rossi”.
Esse processo foi iniciado em dezembro de 2017, com a reestruturação de dívidas corporativas contratadas junto a instituições financeiras.
“A administração confia que a Recuperação Judicial é o instrumento adequado para viabilizar uma solução global e definitiva para a readequação do fluxo de caixa do Grupo Rossi, a manutenção de sua normalidade operacional e a retomada da expansão de suas atividades”, conclui o comunicado, assinado pela diretoria financeira da companhia.
Rossi Residencial amarga pior momento na Bolsa
A construtora amarga seu pior momento na Bolsa e vive há anos uma crise particular, com quase R$ 600 milhões em dívidas.
O pedido de recuperação judicial se dá também no período mais crítico para o mercado imobiliário nos últimos anos, com a escalada dos juros pressionando o apetite das famílias.
A companhia vale apenas R$ 60 milhões na Bolsa, mas a dívida líquida está na casa de R$ 595 milhões. No primeiro semestre do ano, seu prejuízo líquido foi de R$ 201 milhões. A posição de caixa, por sua vez, está em apenas R$ 4,4 milhões.
Em meio a crise, a companhia já emitiu mais de dez fatos relevantes em cerca de um ano com esclarecimentos sobre pedido de falência. Neles, no geral, afirma que “a companhia ainda não foi citada e, tão logo o seja, apresentará no prazo legal sua defesa”.
Entre os credores há funcionários, empresas de engenharia e instituições financeiras.
A Rossi Residencial faz parte do Grupo Rossi, fundado em 1913. Entre os projetos da marca estão o Elevado Arthur da Costa e Silva (conhecido como Minhocão) e a Praça Roosevelt, em São Paulo, e o Elevado do Joá, no Rio de Janeiro.