Após conseguir um aporte série B de R$ 60 milhões dos fundos DNA Capital e Valor Capital, a healthtech Sanar está preparada para conquistar clientes em terras internacionais.
A companhia conseguiu fechar parcerias com faculdades de medicina em Angola e no Paraguai, que agora vão passar a oferecer as soluções da startup para seus estudantes e profissionais em busca de especialização. Essa expansão é impulsionada pelo boom da educação digital na pandemia.
“Medicina é um curso muito tradicional e conservador, que teve que se reinventar nos últimos 2 anos e criar alternativas de estudo fora da sala de aula”, argumenta o cofundador da Sanar, Caio Nunes. As faculdades recorreram a startup buscando por ajuda, o que possibilitou os mais de 3 milhões de acessos mensais nos 18 produtos ofertados e clientes da companhia espalhados por 15 países.
O destaque SanarFlix, plataforma de streaming com conteúdos educativos criados por professores brasileiros. Alguns livros chegavam a custar R$ 1 mil cada, já a ferramenta completa custa R$ 24,50 por mês, oferecendo acesso ilimitado a todas as vídeo-aulas, exercícios e com possibilidade de acesso em celulares, computadores e tablets. Não à toa, ela já tem 60 mil estudantes assinantes.
A cempresa desenvolve cursos online para farmácia, psicologia, enfermagem, fisioterapia, medicina veterinária, odontologia, nutrição e saúde pública, e ainda ajuda os profissionais com cursos intensivos preparatórios para concursos, pós-graduação e residência médica.
O Sanar Yellowbook, que custa R$ 99 por ano, ´é um app que ajuda profissionais da saúde na tomada de decisão rápida e confiável apresentando dosagens, efeitos adversos e nomes comerciais dos medicamentos, além de informações sobre doenças, escores, calculadores e fluxogramas de conduta.
O maior mercado fora do país pertence ao Paraguai. “Houve uma expansão de faculdades de medicina muito grande na região e, por proximidade, muitos brasileiros foram para lá. Os que já conheciam a Sanar continuaram usando nossos produtos mesmo fora do país para completar a aprendizagem”, explica Caio.
O sucesso no país-vizinho trouxe para a startup a ideia de buscar oportunidades em lugares ainda mais distantes. “A África tem um desafio enorme em relação à saúde”, completa o executivo. Escolheram começar pela Angola pela familiaridade de idioma e relação cultural. “Tem uma conexão forte com a história da Bahia, e a Sanar foi criada em Salvador.”
A companhia já tem estudantes na Itália, Espanha, Portugal e Rússia. A maioria, porém, são brasileiros, estudantes ou graduados de medicina, que moram fora do país. Por enquanto, os conteúdos da Sarna são todos em português, com opções de legendas apenas em espanhol. Por isso, a próxima etapa da internacionalização dará prioridade para países latinos e de língua portuguesa, como Chile e Argentina.