O Santander (SAB11) anunciou nesta sexta-feira (16), que irá fundir duas empresas de cobrança que fazem parte do grupo no Brasil.
O grupo vai unir a Liderança, escritório de cobrança adquirido em 2021, com a plataforma de cobrança digitalizada emDia, criada internamente em 2019. A operação vai funcionar de forma conjunta, sob a marca emDia. A nova companhia terá 4 mil funcionários e base de 41 milhões de pessoas, segundo os números oficiais.
A leitura do banco é que o Liderança, escritório de cobrança e recuperação de crédito que atua desde 1988, atua de maneira mais tradicional, com créditos de maior volume e vencidos há mais tempo. Já a emDia, antes da fusão, tinha foco em atrasos menores no varejo e clientes ativos, com possibilidade de normalização.
O momento é de movimentação no mercado de crédito no Brasil. O país conta com quase 80% das famílias endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
As famílias com dívidas em atraso, consideradas inadimplentes, chegam perto de 30% do total.
Santander pode ter que refazer provisão bilionária do 1T23
O Santander divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2023, com uma surpresa, a reversão de uma provisão que engordou o resultado em R$ 4,2 bilhões.
No entanto, agora o Santander pode se ver obrigado a refazer a provisão, podendo gerar um impacto negativo bilionário nos próximos números. Isso porque, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria contrária aos bancos no julgamento que discute a incidência do PIS e da Cofins sobre receitas financeiras.
Nesse sentido, o banco decidiu reverter a provisão no balanço do primeiro trimestre após o relator do caso, o ex-ministro Ricardo Lewandowski, ter votado a favor do banco. Desse modo, a instituição entendeu na época que o risco de perda não justificava mais a necessidade da provisão.
Sendo assim, com a derrota, o banco estima o valor total dos processos em R$ 4,5 bilhões antes de impostos. O banco informou que vai avaliar, em conjunto com os auditores, os reflexos da decisão do STF nas provisões.