Tido como um dos principais imóveis do portfólio da São Carlos (SCAR3), a EZ Tower deverá perder um importante locatário neste mês. De acordo com fontes ouvidas pelo BP Money, a empresa deverá entregar cerca de 25% das lajes do imóvel comercial, que atravessa um período com maus resultados.
“A empresa deverá entregar cinco lajes e, ainda, estuda a entrega de uma sexta. Isso em um universo de cerca de 24 lajes que são disponíveis para locação, tirando os seis do administrativo, no qual já há bastante espaço vago”, disse, em condição de anonimato, sobre o prédio da São Carlos.
A companhia, inclusive, já avisou os funcionários sobre a mudança de endereço. Para Luis Nuin, analista da Levante Investimentos, a saída da grande empresa da EZ Tower A poderá impactar nos resultados da São Carlos dado que o prédio é responsável pela maior Área Bruta Locável (ABL) da companhia.
“Segundo dados da São Carlos referentes ao segundo trimestre deste ano, a EZ Tower Torre A representa 9,1% do ABL total da empresa e 13,9% do ABL do portfólio de escritórios. Em metragem, se trata da maior ABL individual do portfólio”, disse o especialista.
A ABL é um levantamento de todos os espaços disponíveis para locação dentro de espaços comerciais, como os shopping centers, sem considerar no entanto os quiosques. A ABL levanta ainda a variação do valor do aluguel, que como qualquer produto responde à lei da oferta e da demanda e serve como excelente retrato do mercado.
Os imóveis comerciais passam por dificuldades pós-pandemia com o aumento das formas de trabalho remotas ou híbridas, além de uma reestruturação na forma dos escritórios, que, agora, optam por ampliar espaços de convivência e reduzir o número de trabalhadores no local por período.
Procurada, a São Carlos informou que não irá se posicionar sobre o assunto.
São Carlos (SCAR3) teve prejuízo no trimestre
A perda de um grande locatário em um dos prédios mais importantes do portfólio deve ampliar a pressão na São Carlos. A empresa registrou prejuízo de R$ 27,5 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), revertendo lucro líquido de R$ 7,5 milhões da mesma etapa de 2021.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente cresceu 7,3% no 2T22, totalizando R$ 45,8 milhões.
A margem Ebitda (Ebitda sobre receita) recorrente atingiu 68,1% entre abril e junho, baixa de 2,2 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada em 2T21.
O resultado financeiro líquido da São Carlos foi negativo em R$ 54,9 milhões no segundo trimestre de 2022, uma piora de 205% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2021.