Em processo de recuperação judicial, a rede de livrarias Saraiva (SLED4) foi alvo de pedido de falência de um dos seus credores. A empresa de tecnologia Websoul, protocolou o pedido na noite de quinta-feira (27) na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial em São Paulo. A ação ainda precisa ser analisada pelo juiz.
A credora alega que tenta cobrar uma dívida de R$ 241,4 mil. Foi solicitado o bloqueio de valores em conta bancária e localizados apenas R$ 50. As informações são do jornal “Valor Econômico”.
A Websoul prestava serviços de tecnologia da informação para a Saraiva, que era um cliente importante para eles, segundo Rafael Mello, sócio de Mazzucco & Mello advogados, que representa a empresa no pedido de falência. Com a recuperação judicial da rede de livrarias a fornecedora viu sua situação financeira ficar comprometida.
A empresa tinha crédito a receber dentro da recuperação judicial (concursal) e outro fora (pós concursal) referente a um cumprimento de sentença. É por causa do segundo que foi protocolado o pedido de falência.
A Saraiva vinha pagando de forma parcelada e, em janeiro, sinalizou que não cumpriria mais os pagamentos, segundo o advogado, deixando pendente o valor de R$ 241,4 mil.
Depois que a Saraiva passou a descumprir o pagamento, a Websoul avisou o juiz da execução para intimar a empresa a realizar o pagamento. Sem retorno da empresa, o passo seguinte foi pedir a penhora dos valores em conta, mas foram localizados apenas R$ 50, de acordo com o advogado.
Procurada, a Saraiva informou que ainda não recebeu nenhuma intimação. A empresa confirma apenas que a Websoul é credora concursal e pós concursal. A Saraiva não tem conhecimento de outros pedidos neste sentido.
Saraiva planeja relançar marca Siciliano
No início de dezembro, o jornal “O Estado de S. Paulo” noticiou que a Saraiva planeja relançar a Siciliano, marca que foi adquirida em 2008 pela companhia. O projeto para o relançamento da Siciliano, tinha sido planejado há meses.
Na reta final de sua recuperação judicial, iniciada em 2018, a Saraiva quer mostrar ao mercado que pode ter sob sua gestão uma marca grande e saudável.
O detalhe, porém, é que a Saraiva precisa de um investidor para injetar capital na empreitada, já que a rede de livrarias, por si só, não tem capacidade financeira para tal projeto.
“A ideia é preservar a independência da nova empresa, já que a Saraiva possui passivos da recuperação judicial. Ou seja: não haverá contaminação”, disse o presidente da Saraiva, Marcos Guedes, ao jornal.
A Saraiva aprovou, recentemente, a conversão de parte de sua dívida em ações. O processo deve ajudar na redução de dívida da companhia. Este é considerado um passo importante para a companhia começar a sair de sua recuperação judicial.
A Siciliano seria lançada em sistema de franquias, com a meta de alcançar 80 lojas em cinco anos, segundo o presidente da Saraiva.
O intuito da Siciliano é atuar como a principal rede de livrarias de regiões “secundárias”, como o interior, que é carente de livrarias.