A Seara, empresa da JBS (JBSS3), lançou recentemente uma linha de alimentos congelados que traz a carne de volta ao prato a um preço acessível, de até R$ 10. Serão seis refeições, pelo menos neste primeiro momento.
“Foram dois anos de pesquisa com os consumidores para mapear essa mudança de hábito recente. Os consumidores se habituaram a pedir mais comida e vimos uma oportunidade”, explica Gabriela Pontin, diretora executivo de alimentos preparados da Seara, segundo o Infomoney.
A linha é uma das diversas iniciativas dentro de um plano de R$ 8 bilhões da JBS em investimentos para expansão e inovação no Brasil no ciclo 2019-2024.
Além da nova linha, chamada de “Sabor do Dia a Dia” a Seara possui outras linhas de alimentos congelados, como a “Gourmet”.
A empresa também é dona das marcas de margarina Delícia e Doriana, além da de embutidos Marba. Segundo a empresa, o crescimento de mercado de sua divisão de pratos prontos foi acima do mercado em 2022, embora não divulgue os números.
A nova linha de alimentos prontos chega em um momento em que a Seara busca recuperar suas margens após um desempenho abaixo do esperado no primeiro trimestre deste ano, o que acabou contribuindo para o prejuízo reportado pela sua controladora JBS no período.
De janeiro a março, a Seara obteve faturamento líquido 8,9% maior, de R$ 10,8 bilhões. Por outro lado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) ajustado caiu 76,1%, para R$ 147 milhões, com margem de 1,4% (queda de 5,1 pontos percentuais).
A margem foi impactada, sobretudo, com problemas na exportação de proteínas e alto custo dos insumos.
JBS (JBSS3): CVM forma maioria para absolver irmãos Joesley
Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram julgados em sessão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), realizada nesta terça-feira (30). A CVM formou maioria para absorver os irmãos Batista nos processos envolvendo a JBS (JBSS3),por suposta manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e abuso de poder de controle. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do BP Money.
Os empresários foram alvos de três processos. Emerson Fernandes Loureiro, superintendente de tesouraria do Banco Original na época das acusações, também já tem maioria para ser absolvido.
Em um dos processos, Joesley e Loureiro eram acusados de ter usado informações privilegiadas para realizar operações com derivativos de taxas de juros. Apesar de já haver maioria pela absolvição, o julgamento foi suspenso após um pedido de vistas. Não há data prevista para sua retomada.
Os processos foram abertos depois do episódio conhecido como “Joesley Day”. No dia 17 de maio de 2017, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, divulgou que Joesley teria delatado o então presidente Michel Temer (MDB), o que gerou uma crise política e institucional no país.
No dia seguinte, com a divulgação das gravações de uma conversa entre Temer e Joesley (o empresário gravou o presidente), o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, registrou a maior derrocada em uma década. Naquele dia, o dólar teve a maior alta em 14 anos.
Segundo a acusação, os irmãos Batista teriam atuado no mercado sabendo dos potenciais efeitos da notícia sobre um acordo de delação premiada. Eles teriam lucrado indevidamente com a venda de mais de 36 milhões de ações da JBS.
Segundo o relator do caso na CVM, o diretor Otto Lobo, houve apenas uma infração – quebra do dever de lealdade do controlador. Ele votou pela aplicação de uma multa de R$ 500 mil para a J&F.
Para as demais acusações, Lobo acolheu a tese da defesa, de que os acusados não tinham controle sobre a divulgação das notícias a respeito da delação. “A mera tratativa para constituição de delação premiada não constitui informação relevante”, anotou o relator.
Os diretores Alexandre Rangel e João Accioly e o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, acompanharam Lobo. A diretora Flavia Perlingeiro pediu vistas e o julgamento foi suspenso.
Em nota, a J&F Investimentos, holding dos empresários, diz que “o julgamento da CVM desfaz a injustiça cometida contra o grupo e os empresários, ratificando a lisura e a legitimidade com as quais a J&F, seus executivos e empresas controladas sempre operaram no mercado financeiro”.