Setor de educação deve reportar balanços fracos no 4T21

Confira análises de especialistas sobre Cruzeiro do Sul, Afya, Ânima, Cogna, Yduqs, Arco e Vitru

As empresas ligadas ao setor educacional devem apresentar balanços fracos em relação ao quarto trimestre de 2021, apontam os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim, Bruno Lima e Marcel Zambello, do banco BTG Pactual. 

A maioria das companhias devem obter leve crescimento de receita, prevê a instituição, e a margem provavelmente será pressionada pelo aumento da folha de pagamento, aluguel, serviços públicos e despesas de terceirização.

Apesar disso, os especialistas seguem “seletivamente positivos” no segmento, apostando em números mais expressivos no primeiro trimestre de 2022. Entretanto, o grupo não visualiza uma recuperação em forma de “V” para geração de fluxo de caixa no setor este ano.

Análises 

Uma das empresas observadas é a Cruzeiro do Sul (CSED3), que tem grande chance de reportar novamente resultados fracos, com a receita crescendo pouco e pressão de margem. Espera-se que o Ebtida (lucro de antes de juros e impostos, depreciação e amortização) ajustado fique em R$ 141 milhões (-17,5% a/a) e o lucro líquido ajustado em R$ 40 milhões (-56% a/a).

Na mesma linha, a Afya (AFYA) também deve apresentar balanços sem força, no entanto em guidance com o ano passado. A consolidação da UNIGRANRIO no terceiro trimestre pode alavancar o faturamento de R$ 525 milhões numa alta de 52% a/a.

A Ânima Educação (ANIM3), por sua vez, pode ter seus resultados prejudicados pela sazonalidade desfavorável e a despesas mais duras de folha de pagamento e terceirização de serviços.

A Cogna (COGN3) não conseguiu se livrar do cenário negativo e os analistas afirmam que, em virtude da fraca dinâmica nos cursos presencias na Kroton, os balanços não devem ser muito positivos. Maiores despesas financeiras (puxadas pelo avanço nas taxas de juros) e de depreciação e amortização devem gerar um prejuízo líquido ajustado de R$ 41 milhões.

Já a Yduqs (YDUQ3) possui uma perspectiva mais razoável frente as outras. Os especialistas preveem a receita da empresa como “decente”, acompanhando um ciclo de captação positivo no 2T21. Ainda assim, deve existir pressão na margem. 

Considerado uma das companhias mais promissoras, a Arco (ARCE) deve ser o destaque positivo, com números sólidos para o quarto trimestre. Será o primeiro do ciclo ACV 2022, anunciado preliminarmente pela empresa entre R$ 1,47 bilhão a R$ 1,51 bilhão.

Por último, a Vitru (VTRU) mantém os analistas otimistas. A companhia deve apresentar um ganho sólido da receita líquida, apesar da ligeira pressão de margem, refletindo forte crescimento no segmento EaD em conjunto com descontos inferiores neste trimestre.