Com a transação, a Simple&Co passa a ser a maior empresa de DNVB (marcas nativas digitais, na sigla em inglês) para delivery de refeições prontas na América Latina, operando por meio de restaurantes existentes.
Fundada em 2020 pelos empreendedores André Piva, ex-sócio do fundo de private equity Innova Capital; e Alan Pedroso, ex-consultor da Falconi e com passagens por private equity e M&A, a Simple&Co passa a contar com 14 marcas próprias, mais de 100 lojas virtuais e presença em 13 estados brasileiros.
De acordo com os cofundadores da foodtech, a meta é quintuplicar o número de lojas virtuais em um ano. “Seguimos crescendo em um cenário em que a desaceleração das startups é evidente, pois possuímos um modelo asset light que possibilita aumentar a nossa base com margens saudáveis. A aquisição da Clouki está em linha com nossa estratégia e vai acelerar a entrega das nossas metas. Temos sinergias e complementaridades na distribuição geográfica, posicionamento de produtos e skills das equipes. O momento é de ganhar escala”, afirma Alan Pedroso.
Uso de dados para aumentar as vendas
No começo da pandemia, em 2020, o setor de foodservice foi um dos que mais sofreram com as restrições sanitárias, reduzindo significativamente o faturamento dos restaurantes. Muitos consumidores passaram a pedir comidas via aplicativos e os estabelecimentos se viram forçados a aderir ao delivery para não quebrarem.
Foi naquele contexto que surgiu a Simple&Co. André e Alan perceberam que muitos lugares tinham cozinhas com ociosidade e viram ali uma oportunidade de negócio. Foram criadas marcas virtuais próprias para serem operadas por meio de restaurantes parceiros. Dessa maneira, os estabelecimentos associados ao ecossistema da Simple&Co agregam faturamento às suas estruturas já existentes e a foodtech recebe um percentual das vendas de suas lojas virtuais.
Em três anos de operação, a Simple&Co conta com parcerias que registram faturamentos extras que vão de R$20mil até R$150mil mensais por estabelecimento.
Com a entrada da Clouki, a Simple&Co passa a disponibilizar oito novas marcas que complementam o seu portfólio atual, focando em outros públicos e ocasiões de consumo. Além disso, são mais dados para alimentar sua ferramenta tecnológica de inteligência de mercado e performance.
“Evoluímos muito nesse tempo de operação e hoje contamos com uma tecnologia proprietária que nos permite saber com com maior assertividade para onde expandir, como desenvolver nossas marcas e como aumentar a performance das nossas lojas virtuais, cruzando a oferta de cada região e a demanda do público consumidor de cada local, por meio de algoritmos que utilizam dados de diversas fontes externas e internas”, explica André Piva.
Rumo à série A
Em setembro do ano passado, a Simple&Co fez história no mercado de investimentos coletivos em startups, o chamado equity crowdfunding. A rodada foi realizada pela plataforma Captable, a principal do setor do Brasil.
Na ocasião, foram captados R$3,5 milhões de 356 investidores. A oportunidade chamou a atenção da Bertha Capital, um dos fundos de investimentos em startups mais relevantes do mercado de venture capital. Até o momento, foi a maior participação majoritária de um único investidor institucional em uma startup nesta modalidade de investimento no Brasil que vem crescendo no último ano.
Com os resultados conquistados e o potencial de escala do negócio, a Simple&Co se prepara para uma nova rodada série A para investir na sua tecnologia e expansão.