A diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não deve resultar, em primeira instancia, na queda nos preços dos automóveis, segundo o presidente na América do Sul da Stellantis, Antonio Filosa.
O executivo da companhia – que reúne Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM, – acredita que a medida anunciada pelo governo federal no final de fevereiro pode contribuir para que os valores não subam muito.
Filosa teme um possível impulso à inflação, que já vinha em ritmo acelerado no Brasil, devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Segundo ele, os preços de commodities continuarão a crescendo, assim como custos com logística e matérias-primas, refletindo a suspensão de rotas de voos na região de guerra e dificuldades de abastecimento de alguns componentes.
“O corte (do IPI) pode não chegar efetivamente aos preços, mas vai ajudar a não aumentar ou aumentar menos”, diz. Exemplo disso é a Fiat, que de acordo com o executivo, não reajustou preços neste mês, como fizeram alguns concorrentes.
“Neste momento não falta cliente, há filas de espera por alguns modelos, mas falta para nós e para alguns competidores produção, porque as cadeias de fornecimento ainda não se regularizaram, faltam componentes”, explica.
Filosa espera que, caso a guerra termine num prazo curto e a situação de abastecimento melhore, seja possível, mais à frente, repassar efetivamente o corte do imposto para os preços.
“O importante é que a redução do IPI gera competitividade que, num primeiro momento, gera um alívio nos custos que será repassado mais à frente.”