A sustentabilidade não é apenas benéfica para o meio ambiente, mas também representa um bom negócio para as organizações, defendeu Carlos Tunes, líder de Sustentabilidade da IBM Brasil durante o Febraban Tech 2024.
Em apresentação no painél “Os Novos e Dinâmicos Desafios de Sustentabilidade no Setor Financeiro”, Tunes defendeu, além da vontade organizacional, a importância da regulamentação na promoção da sustentabilidade no setor financeiro.
O especialsta levou a discussão com Rafael Schur, Sócio da EY e Líder do Segmento de Mercado de Serviços Financeiros para o Brasil.
Schur iniciou a discussão apresentando os resultados de um estudo recente. “No ano passado, analisamos 13 instituições financeiras. Este ano, avaliamos 9 dessas mesmas instituições e acrescentamos mais 10 novas, totalizando 21 instituições brasileiras. Além disso, incluímos 11 instituições americanas, chegando a 33 no total,” explicou Rafael.
Ele destacou que as instituições reguladas mostraram uma evolução significativa em suas práticas sustentáveis.
“As seguradoras avançaram bastante, mesmo sem estarem 100% regulamentadas. A pressão dos reguladores é crucial para determinar a agenda de dados que essas instituições precisam buscar e divulgar,” afirmou Schur.
Em contrapartida, áreas não regulamentadas, como a preservação da natureza e o atendimento ao cliente, estão ficando para trás no Brasil.
Sustentabilidade em Evolução
Schur também observou que os temas de carbono e diversidade, que eram prioritários em 2021 e 2022, mostraram avanços modestos.
“Há um conjunto de instituições financeiras que vem desenvolvendo esses temas, mas empresas mais recentes ainda não compraram totalmente a ideia de sustentabilidade como as grandes empresas compraram,” disse Schur.
Ele enfatizou a necessidade de essas novas empresas entenderem e mergulharem na agenda sustentável.
Perspectiva das organizações sobre o tema
“O Brasil, quando quer fazer bem, ele faz. O problema é querer fazer,” começou Tunes, destacando a importância da vontade organizacional na implementação de práticas sustentáveis.
Segundo Tunes, os CEOs atualmente veem a sustentabilidade como um dos principais desafios. “Se eu tenho uma regulamentação, o peso é muito maior,” afirmou.
Ele revelou que 95% das companhias dizem estar engajadas na sustentabilidade, mas apenas 10% dos executivos afirmam ter feito progressos significativos na execução de suas propostas ESG.