Suzano (SUZB3) adquire 15% da austríaca Lenzing por R$ 1,3 bi 

A companhia utilizará recursos próprios para esta transação

Suzano/Divulgação
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A Suzano (SUZB3), maior produtora mundial de celulose de eucalipto, deu um passo significativo e bilionário no mercado têxtil global ao adquirir 15% da austríaca Lenzing.

Este movimento marca a estreia efetiva da companhia brasileira na indústria de celulose solúvel (“dissolving pulp”) e tecidos.

A Lenzing, pioneira em tecnologias de produção de fibras têxteis e não tecidos a partir da celulose, é uma das maiores produtoras de viscose do mundo, com vendas de 2,52 bilhões de euros no último ano.

Embora a Suzano ainda esteja em fase inicial no setor têxtil, com um investimento em uma startup finlandesa, este acordo representa uma entrada estratégica na indústria.

Firmado na noite de terça-feira (11), o acordo estabelece um pagamento de 229,9 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão) ao fechar o negócio, esperado para o último trimestre deste ano, após as aprovações regulamentares. A Suzano utilizará recursos próprios para esta transação.

Com esta aquisição, a Suzano (SUZB3) se posicionará entre os principais acionistas da Lenzing, tendo a capacidade de indicar dois membros ao conselho de administração, que é composto por 11 integrantes. 

Além disso, a companhia brasileira terá a opção de adquirir mais 15% de participação na Lenzing até o final de 2028, o que a tornaria a maior acionista da empresa.

Atualmente, a fundação B&C controla a Lenzing com 52,25% das ações, enquanto o restante do capital é distribuído entre outros investidores e negociado na Bolsa de Viena. Após a venda inicial de 15%, a B&C manterá uma participação majoritária de 37,25%.

A Suzano pagará 39,70 euros por ação, um valor quase 23% superior ao preço de fechamento de terça-feira (11), que foi de 32,30 euros.

Marcelo Bacci, diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano, explicou ao Valor que o preço acordado reflete a média das cotações durante o período de negociação entre as empresas, que durou cerca de dois anos.

“A Suzano sempre acreditou nessa vertical, mas ainda não tinha presença. E avalia que, da mesma forma que a competitividade que tem na fibra [de eucalipto] é transferida para papéis de imprimir, tissue e papel cartão, isso pode ser feito na vertical têxtil”, afirmou Bacci, acrescentando que a visão da companhia de que a celulose de fibra curta tende a conquistar cada vez mais mercado também suportou a nova decisão de investimento.

Suzano (SUZB3) pode pegar empréstimo de R$ 19 bi por IP

Para financiar uma possível nova oferta pela International Paper, a Suzano (SUZB3) acredita ter espaço para assumir dívidas substanciais, segundo fontes relataram em apuração da “Bloomberg”.

Um empréstimo de até US$ 19 bilhões poderia ser feito e, após incorporar a International Paper, a Suzano poderia ainda manter a dívida líquida próxima de 5 vezes o Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Desde que retomou seu grau de aporte, em 2018,  a empresa já atingiu esse nível de alavancagem algumas vezes. Porém, segundo o veículo, não está claro se a companhia iria tão longe pra fazer uma oferta pela International Paper. 

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