Suzano (SUZB3) lucra R$ 10,3 bilhões e reverte prejuízo

Empresa atribui resultado à baixa disponibilidade de celulose de mercado

A Suzano (SUZB3) fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 10,306 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,75 bilhões no mesmo período do ano passado. A empresa atribui o resultado positivo a uma combinação de fatores, como as restrições logísticas nas cadeias globais e a baixa disponibilidade de celulose de mercado, o que impulsionou os preços entre janeiro e março.

O Ebitda ajustado da celulose alcançou R$ 4,56 bilhões, queda de 21% em relação ao período imediatamente anterior, em função da retração de 13% no volume de vendas e à valorização média de 6% do real ante o dólar nos primeiros três meses do ano. A Suzano elenca ainda a alta dos custos de produção e o impacto das paradas programadas para  manutenção sobre o trimestre. Na base anual, o volume de vendas caiu 10%, embora o Ebitda ajustado tenha apresentado leve alta de 2%.

O custo caixa de celulose bateu R$ 957 por tonelada no primeiro trimestre, alta de 54% contra o mesmo período de 2021 e de 22% sobre o período imediatamente anterior. Os valores consideram o impacto das paradas gerais para manutenção e paradas administrativas, que corresponderam a 9% do custo caixa de celulose entre janeiro e março deste ano. 

A empresa atribui a pressão sobre o caixa ao maior custo com insumos, que saltaram R$ 154 por tonelada na base anual e R$ 72 por tonelada contra o último trimestre de 2021, “sobretudo em função do maior preço dos químicos”, reportou a companhia. Já a elevação do custo fixo em R$ 39 por tonelada de celulose ano contra ano se deveu ao aumento de gastos com materiais e serviços, “além da menor diluição com as paradas programadas nas fábricas mais eficientes e maior concentração de manutenções de rotina durante as paradas gerais”, traz o documento divulgado nesta quarta-feira (4). 

As vendas de celulose totalizaram 2,382 milhões de toneladas no primeiro trimestre, retração de 10% na base anual e de 13% contra o período imediatamente anterior, “como reflexo da menor produção no trimestre devido às paradas de manutenção e baixo patamar de estoques”, afirmou a companhia. Exportações corresponderam a 92% da compra de volumes de celulose na Suzano.

Em mercados como Europa e América do Norte, a demanda segue se recuperando, segundo a empresa, em segmentos de tissue e maior demanda interna de papéis de imprimir e escrever, especiais e para embalagens, “suportados por uma menor oferta de papéis importados para estas regiões, resultantes da persistente crise logística e restrição de fluxos internacionais”. Os preços de papel e embalagens seguem tendência de alta em todos os segmentos.

Na China, o trimestre marcou a retomada do forte ritmo de produção de papéis de  imprimir e escrever e para embalagens, acompanhados por aumentos de preços em todos os segmentos de papel.

Suzano reajusta preços da celulose no mercado 

Segundo fontes ouvidas pela “Agência Estado”, a Suzano aumentou em US$ 30 por tonelada o preço da celulose no mercado asiático. Procurada, a Suzano confirmou o aumento à agência de notícias. “Desde 1º de maio o preço da celulose da Suzano está US$ 60 por tonelada mais caro na América do Norte, em US$ 1,520 mil por tonelada. Na Europa, o preço da celulose subiu US$ 50 por tonelada, de US$ 1,250 mil por tonelada para US$ 1,300 mil por tonelada. O preço da celulose fluff da Suzano teve aumento global de US$ 80 por tonelada”, informou a reportagem.

O lucro diluído por ação da Suzano (SUZB3) encerrou o período em R$ 7,6355 ante um prejuízo de R$ 2,04358 no primeiro trimestre do ano passado.

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