Com a falência do SVB (Silicon Valley Bank) pelo menos dez startups brasileiras perderam juntas mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 milhões na cotação atual), informa o “Bloomberg Línea”.
Ainda segundo o jornal, essas empresas têm a partir de US$ 250 mil retidos no SVB, valores que são segurados pelo Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), porém há fundadores com mais de US$ 10 milhões represados no banco.
O fundador da Trace Finance, Bernardo Brites, contou que conseguiu repatriar parte do valor, mas outra parte segue em nos EUA. “Entre quinta e sexta, tivemos 350 cadastros para a conta internacional. Existem US$ 3 bilhões de startups brasileiras na fila para serem retirados”, conclui Brites.
O SVB era um banco muito utilizado por startups brasileiras para captar investimentos de venture capital e o 16º maior banco dos Estados Unidos. Desde a queda, mais de US$ 100 milhões foram retirados do banco pelas empresas.
Falência de SVB traz poucos riscos para empresas brasileiras
A falência SVB, banco do Vale do Silício, pegou o mundo de surpresa na semana passada e trouxe de volta o fantasma da crise no sistema financeiro global. Embora a maioria dos especialistas acreditem que o problema seja menor do que a quebradeira vista em 2008 depois da queda do Lehman Brothers, ainda existe preocupação em relação a uma possível escalada da crise, que inclusive poderia atingir empresas brasileiras com dinheiro no SVB.
Para o CEO do transferbank, Luiz Felipe Bazzo, apesar de pequena, existem chances dos efeitos negativos do colapso chegar ao país e atingir em cheio companhias que têm investimentos na instituição financeira.
“É público que algumas empresas brasileiras tinham dinheiro no SVB, os nomes não são divulgados, mas o sistema financeiro não está ameaçado, portanto há baixas chances de haver demissões nas companhias afetadas. Vale ressaltar nesse caso que empresas nacionais já sofrem com a dificuldade de acesso ao crédito. Sem dinheiro, essas empresas podem ter seus negócios paralisados, mesmo com a expectativa de receber até 90% do dinheiro em algumas semanas”, avaliou.
O economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, diz que, a primeira vista, não há similaridade entre o que está ocorrendo com o SVB e o banco Lehman Brothers.