É preciso defender a democracia da tentativa de golpe, diz Tallis

Para Tallis Gomes, empresários precisam se unir, diminuir a margem e oferecer o aumento do salario mínimo, se necessário for

As eleições presidenciais, que ocorrem neste domingo (30) geram incertezas em parte do empresariado brasileiro. Para Tallis Gomes, Fundador da Easy Taxi, Singu e presidente do G4 Educação, passamos por um período delicado não só no aspecto político, mas também sobre a discussão da imparcialidade das instituições, que traz sérios perigos à liberdade de expressão e, consequentemente, para a democracia.

“O que está acontecendo no Brasil é uma tentativa clara de golpe na democracia brasileira, que ocorre  hoje por parte das medidas arbitrárias do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É irrefutável que existe uma priorização de um dos lados e esse lado não é o lado da democracia. Entã,o o que nós como empreendedores temos que fazer, como empresários, é ser solidários a isso e saber que, eventualmente, vai demandar algum tipo de sacrifício nosso para que a gente consiga manter a democracia e manter o Estado Democrático de Direito, que seria manter o Bolsonaro.” disse Tallis Gomes em entrevista exclusiva ao BP Money.

Segundo o empresário, a fim de defender o Estado Democrático de Direito e, consequentemente, o próprio negócio, os empresários devem se unir ao governo Bolsonaro em um grande movimento de aumento de salário-mínimo.
 
“Acho que, eventualmente, a gente se comprometer que, se necessário for, aderir a um movimento de aumento de salário-mínimo, se o presidente decidir que isso pode ser uma promessa de campanha a ser feita todos nós, abrir mão um pouquinho da margem de contribuição para não ter que abrir mão do negócio inteiro final”, disse.
 
Diante desse cenário, a G4 Educação realizou o G4 Day, um evento que reuniu cerca de 300 empresas, mais de 350 tomadores de decisão e cerca de R$ 30 bilhões de faturamento combinado para discutir como o gestor deve se posicionar sobre qualquer um desses cenários. 

Durante o evento a discussão se pautou sobre a gestão das equipes e como o gestor deve preparar o seu time para esses cenários, como afirmou Tallis.
 
“[O que] está sob o meu controle é a minha preparação como gestor, é preparar o meu time para eu ter o melhor possível porque eu não controlo o macro da economia, eu não controlo se o Putin vai parar ou não de atacar a Ucrânia, eu não controlo se o Xi Jinping vai ser um ditador tirânico ou não. Eu não tenho controle sobre essas coisas. O que eu tenho sob controle é a minha companhia, os canais de distribuição que eu vou ter para poder vender meu produto o quanto que eu vou preparar o meu time”, afirmou.
 
Confira a entrevista na íntegra do BP Money com Tallis Gomes na íntegra:
 
Diante desse cenário de incertezas, como o gestor deve se posicionar em qualquer um desses lados? 
O ponto que eu sempre falo é o seguinte: o que está sob o meu controle nesse exato momento? Está sob o meu controle é a minha preparação como gestor, é preparar o meu time para eu ter o melhor possível porque assim, eu não controlo o macro da economia, eu não controlo se o Putin vai parar ou não de atacar a Ucrânia eu não controlo se o Xi Jinping vai ser um ditador tirânico ou não, eu não tenho controle sobre essas coisas o que eu tenho sobre o controle é sobre a minha companhia, os canais de distribuição que eu vou ter para poder vender meu produto o quanto que eu vou preparar o meu time. Então o que eu tenho que fazer nesse exato momento é me preparar ainda mais porque vai existir um mercado, pode ser um mercado mais de crescimento ou um mercado de menos crescimento, mas vai existir um mercado.

Se for um cenário negativo de o Brasil ir para a esquerda e de menos crescimento, quem estiver mais preparado vai pegar o dinheiro que está em cima da mesa, se for um cenário de crescimento grande do Brasil por manter Bolsonaro no governo, melhor ainda.

Mas eu vou estar preparado para poder capturar mais valor do que os meus competidores, então o que eu acho que a gente tem que fazer como gestor nesse exato momento é não perder energia com aquilo que não está sob nosso controle e gastar energia com aquilo que está sob nosso controle que basicamente é preparação e trabalho.

Olhando para um cenário mais caótico do Brasil, a gente vê aí, tipo TSE, questão de liberdade de expressão, é numa linha muito complicada, é como é que o gestor, ele deve se posicionar para proteger a sua empresa, para proteger a sua liberdade.
 
Como você enxerga esse momento político brasileiro, diante das discussões sobre as instituições e os possíveis cenários que vamos ter após o dia 30? 
Eu acho que é um momento da gente, como empresário, ser solidário ao que está acontecendo no Brasil.

Existe uma tentativa clara de golpe na democracia brasileira, o que está acontecendo hoje por parte das medidas arbitrárias do TSE é irrefutável que existe uma priorização de um dos lados e esse lado não é o lado da democracia.

Então o que nós, como empreendedores, temos que ser solidários a isso e saber que eventualmente vai demandar algum tipo de sacrifício nosso para que a gente consiga manter a democracia, manter o Estado Democrático de Direito que seria manter o Bolsonaro no poder.

Se eu tiver que hoje, por exemplo, me comprometer, um compromisso com o governo de aumentar o salário mínimo no ano que vem eu me comprometo, eu espero que outros empresários façam o mesmo porque é isso ou não vai ter Brasil.

Olha para a Argentina, o que o Peronismo fez com a Argentina. 40% da população está na miséria, comendo lixo, é muito rápido a deterioração econômica e moral da sociedade se uma esquerda entrar no poder, principalmente sendo arbitrado essa entrada no poder como a gente viu que foram apresentadas provas irrefutáveis que mais de 154 mil inserções foram feitas em favor do PT que está faltando ali na conta de Bolsonaro apresenta-se a prova que foi.

Alexandre de Moraes pediu que fosse apresentada a prova em 24 horas, 48 horas, não lembro, foi apresentada a prova e agora não só negou a apresentação da prova, como ainda está querendo impugnar a candidatura do presidente Bolsonaro claramente há uma preferência de lado.

Como você acredita então que os empresários podem contribuir para defender então o Estado Democrático de Direito?
Acho que eventualmente a gente se comprometer que, se necessário for, aderir a um movimento de aumento de salário-mínimo. Se o presidente decidir que isso pode ser uma promessa de campanha a ser feita todos nós, abrir mão um pouquinho da margem de contribuição para não ter que abrir mão do negócio inteiro final”
 
E sobre o G4 Educação, como você enxerga a perspectiva da empresa daqui a 5, 10 anos, existe alguma conversa sobre um possível IPO?
É muito difícil fazer esse exercício de futurismo, mas é uma empresa que cresce 250%, 300% ao ano. 

Somos uma empresa geradora de caixa, com um time incrível, que está só no início, não fez nem um porcento do que pode fazer. Eu realmente imagino que a gente vai ser um dos maiores agentes de transformação do País.

Já somos hoje, já geramos 214 mil empregos dos um milhão que a gente se comprometeu em gerar até o final da década, mas eu acho que esse um milhão a gente vai bater bem rápido para ser esse one stop shop do empresário brasileiro, desde ferramentas até treinamento e conhecimento que ele precisa para levar o negócio dele para o próximo level, ele vai encontrar dentro do G4.