Assembleia extraordinária

Tanure diz que GPA tem 'imenso potencial' de geração de valor

O fundo Saint German, controlado por Tanure, pediu uma assembleia por meio da gestora Trustee, para eleger um novo conselho de administração

Nelson Tanure
Nelson Tanure (Foto: reprodução)

O empresário Nelson Tanure pediu a convocação de uma assembleia no GPA (PCAR3) para maximizar o “imenso potencial” de geração de valor e retorno a investidores que enxerga na empresa, como afirmou o executivo nesta segunda-feira (31). As informações são do “Valor”.

O fundo Saint German, controlado por Tanure, pediu a assembleia por meio da gestora Trustee, para eleger um novo conselho de administração. Foram indicados os representantes Pedro Borba e Rodrigo Tostes.

Em comunicado, Tanure diz que a companhia precisa estabelecer os pilares de redução de endividamento, diminuição de potenciais contingências legais, fiscais e trabalhistas e contenção de custos e despesas.

“O foco em um balanço sólido permitirá que a companhia tenha mais flexibilidade em suas operações e uma maior capacidade de crescimento”, afirma Tanure, na nota.

O executivo destaca que seu papel como acionista do GPA vai ser parecido com o da Light, ou seja, de atuar “em total harmonia” com investidores de referência, como o grupo Casino e Ronaldo Iabrudi, assim como auxiliar a diretoria da empresa.

“Esperamos contribuir com o GPA da mesma forma que temos feito em outras companhias”, diz. “A acolhida por parte dos demais acionistas foi das mais encorajadoras desde o primeiro momento e não temos dúvida de que há muito a realizar e a conquistar nos próximos anos.”

A convocação da assembleia extraordinária foi anunciada no domingo (30) pelo GPA.

Tanure quer dois assentos no conselho do GPA e busca apoio do Casino

Após ter adquirido a rede de supermercados Dia pelo Cade em dezembro e montado uma posição no Pão de Açúcar, o empresário Nélson Tanure agora busca indicar dois conselheiros para o GPA (PCAR3). Como parte da estratégia para uma possível fusão futura com o Dia, ele está em conversas para obter o apoio do grupo francês Casino.

Atualmente, considerando sua posição em derivativos e a fatia de 5,7% em ações, Tanure detém cerca de 10% do GPA, o que lhe daria o direito de indicar dois nomes para o conselho. No entanto, para viabilizar isso no curto prazo, ele precisa do apoio do Casino, maior acionista do GPA, com participação de 22,5%, para dissolver o atual conselho e realizar a votação de uma nova chapa.

Os conselheiros atuais têm mandato até agosto de 2026, e a substituição de qualquer um deles só pode ocorrer caso haja a saída de um membro antes desse prazo, afirmou o GPA.

O grupo francês, segundo o Pipeline, já classificou o GPA em seu balanço como um ativo à venda, mas tem encontrado dificuldades devido a questões de preço. Desde a entrada de Tanure, em dezembro, as ações do GPA acumulam alta de 11%. No mesmo mês, o Cade aprovou a compra do Dia, que está em recuperação judicial, pelo fundo Lyra II, controlado por Tanure.