A Tesla (TSLA34) planeja interromper grande parte da produção de veículos em sua única fábrica europeia por duas semanas, devido a interrupções no fornecimento causadas por conflitos no Mar Vermelho, conforme relatado pela Reuters. A montadora de veículos elétricos suspenderá parcialmente as operações na fábrica do modelo Y, um utilitário esportivo, próxima a Berlim, entre 29 de janeiro e 11 de fevereiro.
Essa decisão foi tomada para lidar com as perturbações nas rotas de transporte de fornecedores, conforme mencionado em um comunicado da empresa citado pela agência de notícias.
“Os tempos de transporte consideravelmente mais longos estão criando uma lacuna nas cadeias de suprimentos”, de acordo com a Reuters, mencionando a declaração da Tesla.
Enquanto a Tesla enfrenta impactos em suas operações, um porta-voz da BMW AG afirmou que não há impactos na cadeia de suprimentos e que a produção está ocorrendo conforme o planejado. Até o momento, a Tesla não respondeu a chamadas e e-mails solicitando comentários.
A montadora tem buscado estimular a demanda por seus produtos por meio de uma série de reduções de preços, incluindo uma ocorrida esta semana na China, devido à desaceleração nas vendas de veículos elétricos. Nos últimos dois meses, ocorreram vários ataques a navios na rota de trânsito crítica do Mar Vermelho, principalmente realizados por militantes houthis apoiados pelo Irã, forçando as embarcações a realizar desvios significativos ao redor da África.
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Agora, para evitar a região e manter as atividades do comércio global, é necessário contornar o continente africano. De acordo com apuração do Valor Econômico, o número de contêineres transportados pelo Mar Vermelho teve queda em dezembro.
O volume chegou a marca diária de 200 mil, o que representa uma diminuição de 66% em relação à média para o período entre 2017 e 2019. No mês anterior, esse número estava em 500 mil.
A nova rota de transporte passa pelo Cabo da Boa Esperança e, por isso, o tempo médio de viagem cresceu em 20 dias. Para Julian Hinz, diretor do Centro de Pesquisa de Política Comercial e novo chefe do indicador de Comércio de Kiel, essa extensão de tempo pode explicar a queda no comércio da União Europeia (UE) e Alemanha.
