Após a notícia de que o empresário baiano Nelson Tanure havia adquirido a companhia de medicina diagnóstica Alliar, as ações da empresa despencaram 20,35%, a R$ 14,25. Esse recuo foi resultado de um impasse judicial entre o empresário e Vladimir Timerman, da gestora ativista Esh Capital. Ambos possuem experiência em batalhas na Justiça.
Na véspera, Timerman publicou uma série de tuítes contestando a compra e a acusando de nociva para os acionistas minoritários. Além disso, ele afirmou que Tanure havia encontrado uma brecha jurídica para evitar lançar uma Oferta Pública de Ações (OPA).
Para Timerman, a operação foi uma “inequívoca tentativa de pagar prêmio de controle disfarçado de opções de venda”, que, segundo o Valor, representaria um abuso de poder de controle. O que é apontado é a cláusula do contrato que dá aos controladores o direito de vincular seus papéis em um contrato de opção de venda, que pode ser exercido no segundo aniversário do fechamento, ao mesmo preço por ação, que será sujeito a correção monetária.
Como resposta, Tanure resolveu enviar uma notificação judicial que deve ser entregue na manhã de sexta-feira (24), como foi antecipado por Lauro Jardim, do O Globo.
O empresário baiano já havia realizado investidas em outras companhias, em agosto deste ano ele concretizou a compra da Copel. Além disso, ele também é acionista da PetroRio, Gafisa e Tim Brasil, entre outras companhias. Tanure conhecido por liderar grandes projetos de reestruturação.