André Street e Eduardo Pontes conquistaram a ascensão financeira em menos de dez anos ao criar a Stone (STNE). Com negócios espalhados pelo mundo e investidores de peso, a companhia começou a abraçar outras vertentes como o crédito, e foi nesse momento que as coisas começaram a ficar mais complicadas. Os investidores se viram impacientes com os riscos assumidos pela organização, o que fez o papel da empresa cair 88% até quinta-feira (17), apagando US$ 25,6 bilhões (R$ 132 bilhões) em valor de mercado.
Eduardo e André transformaram os meios de pagamento dos negócios espalhados pelo Brasil, inspirados pela Square, empresa de Jack Dorsey, ex-CEO do Twitter. A fintech de meios de pagamento Stone teve tanto sucesso que as ambições da dupla foram alimentadas, revolucionando as formas de pagamento em lugares como Reino Unidos, Oriente Médio e no Brasil.
A derrocada veio após a companhia mirar operações de crédito. A empresa subestimou os riscos de inadimplência e foi forçada a interromper a originação de crédito em 2021. O movimento fez com que a fintech que mais crescia no País se tornasse uma alerta para o segmento de startups, em relação aos desafios da expansão para mercados que são liderados por bancos a décadas.
“É uma lição para todos os bancos digitais e plataformas similares no Brasil”, disse, de acordo com o Money Times, o gestor da Mirae Asset Global Investments em Nova York, Malcom Dorson. A Stone era vista como “a melhor da sala” em entre as fintechs da região, mas as empreitadas recentes impactaram a sua credibilidade, disse o gestor.
Mas essa retração não é sentida somente pela Stone. A PagSeguro (PAGS), a maior concorrente da Stone, recuou 73% nos últimos doze meses até sexta-feira (18). A organização bilionária Luis Frias também adicionou um braço que oferece serviços bancários.
Investidores globais como a Braskem e o SoftBank Group Corp têm apoiado os novos entrantes.
A Stone se destacou oferecendo uma forma mais fácil para os comerciantes aceitarem pagamentos no cartão. Isso deu à empresa a capacidade de estimar as receitas futuras dessas empresas e concedesse empréstimos baseados nas projeções.
Contudo, o Brasil foi atingido pela pandemia da Covid- 19 e o juros subiram e a inflação ainda teve um forte crescimento. O movimento foi perigoso para a Stone, pois muitos clientes foram afetados.