A estimativa de instituições financeiras em relação a operações de compra e venda de empresas (M&A, em inglês) do setor de energia é de, ao menos, R$ 30 bilhões em 2024. Valor pode chegar a R$ 40 bilhões em um horizonte de 18 meses.
Se concretizada a expectativa, o volume financeiro representará um avanço consideravel em relação ao ano de 2023, quando as operações do setor movimentaram R$ 20 bilhões.
O cenário de redução da inflação e o arrefecimento do juros para este ano cooperam para a intensificação das compras e vendas do setor de energia.
Além disso, fontes do mercado indicam que a privatização das gigantes Copel (CPLE3) e da Eletrobras (ELET3) – que colocou no cenário de M&A mais duas empresas – é outro impulso.
Das operações que já estão na mesa, há a da Eletrobras (ELET3), com um processo que já entrou na segunda fase e gira em torno de R$ 8 bilhões.
Outro relevante é o da AES Brasil, que decidiu sair do país. Uma das interessadas é a Auren (AURE3), que tem 5% da AES – a empresa chegou a fazer proposta vinculante, mas não agradou a AES Corp.
A portuguesa EDP também tenta vender sua hidrelétricas no Amapá e reengajou, no início do ano, o Bradesco BBI no processo.
Empresas do setor de energias renováveis lideram pedidos na Sudene para obter crédito do FNDE
A demanda por acesso a recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste cresceu em 2023. A Sudene registrou 78 pedidos de financiamento para a linha de crédito administrada exclusivamente pela autarquia.
A alta foi de 5% em relação ao exercício anterior. Os dados são da Coordenação-geral de Fundos de Desenvolvimento da Autarquia.
No total, as solicitações somaram R$ 7,5 bilhões. Quase a totalidade das empresas que buscaram a Sudene para obtenção de crédito atuam na área de geração de energia solar e eólica. Apenas um empreendimento foi do setor hoteleiro.
Vale destacar que dos 78 pedidos de financiamento, 45 tiveram as consultas prévias aprovadas pela Diretoria Colegiada da Sudene. Estas somam R$ 4,8 bilhões em créditos.
Considerando a localização das demandantes, 20 desejam instalar projetos no estado do Piauí. Seguem na ordem Bahia (17), Ceará (12), Rio Grande do Norte (12), Minas Gerais (7), Pernambuco (5), Paraíba (3) e Maranhão (2).
“As solicitações de crédito ultrapassaram o volume de crédito do FDNE para 2023, que foi de R$ 1,3 bilhão. Isso mostra que a Sudene é uma alternativa confiável e estratégica para obtenção de crédito pelos empreendimentos. Este cenário, inclusive, já foi apresentado como justificativa para balizar o recente pedido de capitalização deste fundo regional. Temos uma demanda represada que precisamos atender”, comentou o superintendente Danilo Cabral.