Fundada em 2009, a Trinus – que se autodenomina uma “landtech” – oferece uma plataforma tecnológica de mercado financeiro e imobiliário. De acordo com Henrique Bomomi, líder de atendimento da Trinus, o cenário macro atual, apesar de complexo, é bom para a criação de novas parcerias e oportunidades no mercado imobiliário.
Durante um encontro realizado nesta quarta-feira (17) com agentes da SVN Investimentos, escritório credenciado à XP, Bomomi afirmou ao BP Money que enxerga um cenário macro muito complexo.
“Apesar de ser um cenário de dificuldade, a gente vê que esse é um momento de criar oportunidade. Esse cenário difícil gera bons negócios. Estamos otimistas porque nosso modelo de negócio só a gente que faz. Então esse é o momento que vemos que é hora de achar bons parceiros, bons empreendedores, para passar esse momento difícil com bons parceiros e boas oportunidades. Vemos como uma oportunidade boa nesse cenário difícil”, destacou Bomomi.
A grande sacada da Trinus em relação ao mercado imobiliário foi pensar em sair do eixo Rio-São Paulo, onde os principais players têm grande atuação, como MRV, Gafisa, Tecnisa e Cyrela, por exemplo.
A ideia da Trinus é oferecer ao empreendedor o que ele não possui. Entre os serviços oferecidos pela landtech estão: governança e controle, contabilidade, controladoria, auditoria, funding, crédito estruturado e mercado de capitais.
“A Trinus viu nascer soluções para o mercado imobiliário olhando para o mercado de capitais. Pensamos: ‘porque a gente não leva esta solução de crédito, de funding, para o interior, para outras capitais?’, e aí a resposta foi ‘não dá pra levar porque o empreendedor regional não tem condições de ter um backoffice organizado, não tem uma auditoria, não tem como garantir para os cotistas que os empreendimentos a mil quilômetros de distância estarão sendo executados de forma correta”, disse Deives Oliveira, head de relacionamento e atendimento.
“Aí o Diego Siqueira – CEO da Trinus – voltou para Goiás e pensou em montar seu próprio fundo, sua própria empresa e levou essa dita governança que tanto os fundos daqui falam que o interior não tem para lá”, explicou Deives Oliveira, head de relacionamento e atendimento”, complementou Siqueira.
Na plataforma da Trinus, o cliente pode ser atendido como investidor, empreendedor (desenvolvedor/incorporador), corretor de imóveis e imobiliária ou comprador final do imóvel. A empresa oferece novas formas para investir, desenvolver, adquirir ou vender imóveis.
“Diego era um dos fundadores do fundo Habitat, se uniu a pessoas do mercado e fez a gente chegar nesse patamar”, complementou.
Apesar de ter várias vertentes de negócios, a Trinus mira sempre o consumidor final. “Não dá pra captar dinheiro de fundo imobiliário, construir e não vender. Então o foco é o consumidor final”, disse Deives Oliveira.
Por isso, a Trinus busca encontrar empreendedores locais/regionais, que conhecem do segmento e trabalham com empreendimentos imobiliários há muito tempo. Segundo Oliveira, essas pessoas sabem sempre qual é o melhor produto da região.
“Um empreendedor regional é o cara que sabe fazer. Quero ir lá complementar esse empreendedor, não substituí-lo. Às vezes a gente chega em uma praça e o pessoal é resistente. A gente quer unir forças e levar soluções para que o empreendedor suba um degrau”, disse Oliveira.
Oliveira também explicou que o termo landtech foi criado pela própria empresa, uma vez que o negócio da companhia é único.
“Somos a primeira landtech, a união de fintech, lawtech e as proptechs. Nós mesmos demos esse nome. Montamos uma plataforma tecnológica, que oferece funding, serviços financeiros e também gestão imobiliária”, afirmou.
A Trinus conta com 600 profissionais em seu time, atualmente, e possui R$ 2 bilhões sob gestão. Seu principal fundo, hoje, é o TGAR11 (TG Ativo Real) listado na bolsa de valores de São Paulo (B3). O FII TG Ativo Real foi constituído em dezembro de 2016.
Segundo Deives Oliveira, a empresa que tem sede em Goiânia foi elogiada por Beto Sicupira por seu modelo de negócios, um dos homens mais ricos do Brasil e do mundo.
“Beto Sicupira não se limita só ao Brasil e diz sempre que, no Brasil, não precisamos inventar nada. É só ir lá fora, onde estão mais avançados do que no Brasil, copiar e fazer funcionar com eficiência. Mas ele disse para nós que o que a Trinus está fazendo não existe em lugar nenhum e nós realmente inventamos algo novo”, disse Oliveira.
O executivo da Trinus contou que, em 2019, Diego Siqueira (CEO da Trinus) conheceu um sócio-fundador da Stone, e em determinado momento ele disse que gostou muito do negócio e que queria comprar 20% da empresa, mas para isso ele só entraria com outros sócios. Os outros sócios, entretanto, eram nada mais nada menos que Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Em 2019, o trio adquiriu 20% da Trinus.
Como a Trinus rentabiliza seu negócio?
De acordo com Henrique Bomomi, líder de atendimento da Trinus, toda operação que a empresa entra, ela busca uma “TIR (taxa interna de retorno) esperada” do empreendimento.
“A TIR esperada é aquela taxa interna de retorno. Isso quer dizer que é o dinheiro que eu coloco, que volta rentabilizado com o tempo. Através desse ganho, eu vou tanto me remunerar quanto vou distribuir para o cotista no final do dia. É uma alavancagem para a gente ganhar mais rápido, ter esse retorno financeiro mais rápido e conseguir distribuir, porque querendo ou não a atividade fim do meu negócio é distribuir dividendo pro meu cotista”, disse Bomomi da Trinus.