Twitter veta anúncios que neguem a ciência das mudanças climáticas

Anúncio ocorre em momento em que a companhia tenta se defender da compra de Elon Musk

O Twitter anunciou na sexta-feira (22), o Dia da Terra, que não permitirá anúncios que neguem a realidade das mudanças climáticas. A declaração ocorre no contexto em que a plataforma tenta se defender da compra indesejada pelo bilionário Elon Musk, que acredita que os usuários devem ser capazes de expressar o que querem na rede social.

“Anúncios enganosos no Twitter que contradizem o consenso científico sobre mudanças climáticas estão proibidos, em linha com nossa política sobre conteúdo impróprio”, afirmou Casey Junod, executivo de sustentabilidade global da companhia, por meio de seu blog oficial.

No ano passado, o Twitter introduziu um recurso temático que ajuda os usuários a encontrar conversas sobre mudanças climáticas. Além disso, implementou centros de informações “confiáveis e oficiais” em uma lista de temas importantes, incluindo a ciência por trás das mudanças climáticas.

“Reconhecemos que informações enganosas sobre o clima podem minar os esforços para proteger o planeta”, afirmou o executivo. “Agora, mais do que nunca, uma ação climática significativa, por parte de todos nós, é crucial.”

No início de abril, Elon Musk fez uma oferta não solicitada de 41 bilhões de dólares para comprar o Twitter, sob o argumento de que queria dar aos usuários maior liberdade de expressão. Atualmente, o fundador e CEO (diretor-executivo, na sigla em inglês) da Tesla e da Space-X é o maior acionista individual da plataforma, com participação de quase 10%.

Na quinta-feira (21), o empresário anunciou que assegurou um financiamento de US$ 46,5 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 217,2 bilhões, para fechar a aquisição do Twitter. Desse montante, o fundador da Tesla e da SpaceX cobriria US$ 21 bilhões da compra tirando do próprio bolso, por meio da venda de ações do empresário

A companhia, contudo, tomou medidas para evitar que o empresário assuma o controle de todas as ações do Twitter, por temem uma interferência na moderação de conteúdo da rede social, tornando-a mais aberta a desinformação e discurso de ódio.

“Acreditamos que a negação das mudanças climáticas não deve ser monetizada no Twitter, e essa publicidade desonesta não deve prejudicar discussões importantes sobre a crise climática”, declarou Casey Junod.