A Vale (VALE3) produziu 63,9 milhões de toneladas de finos de minério de ferro no primeiro trimestre do ano, volume 6% inferior na comparação anual. Segundo a mineradora em relatório divulgado ao mercado após o fechamento do pregão desta terça-feira (19), a queda de 4,1 milhões de toneladas na produção se deveu a uma série de fatores.
No último período, a operação da Vale foi prejudicada pelas chuvas que atingiram Minas Gerais em janeiro, pelos atrasos de licenciamento na Serra Norte, pela interrupção de quatro dias da Estrada de Ferro de Carajás por causa das fortes chuvas em março e pela piora da relação entre estéril e minério no mina S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará.
A companhia vendeu 60,6 milhões de toneladas de finos e pelotas de minério de ferro no trimestre, alcançando um prêmio de US$ 9 por tonelada. O valor do prêmio subiu US$ 4,30 por tonelada na comparação com a marca atingida no quarto trimestre do ano passado e bateu o nível mais alto desde o segundo trimestre de 2019. O resultado reflete, de acordo com a companhia, uma relação estreita entre oferta e demanda de minérios de alta qualidade e com baixo teor de contaminantes no mercado global.
Os problemas que a empresa enfrentou nesses três primeiros meses do ano foram parcialmente compensados pela melhoria da capacidade de produção dos Sistemas Sul e Sudeste, após o comissionamento e retomada de vários ativos ao longo de 2021.
Outro empecilho para manutenção dos patamares de produção foram as grandes obras de manutenção nas plantas, que afetaram a operação no primeiro trimestre mas devem, de acordo com a companhia, beneficiar a produção no ano. Por isso, a Vale reforçou no relatório o guidance para a produção anual de minério de ferro em 2022, quando prevê alcançar entre 320 milhões de toneladas e 335 milhões de toneladas.
A produção de pelotas de minério de ferro, por sua vez, totalizou 6,92 milhões de toneladas entre janeiro e março deste ano, alta de 10,1% no comparativo anual. A Vale atribui este resultado ao desempenho 71,3% maior na planta de Omã ante o mesmo período do ano passado, o que foi possível pela menor ocorrência de atividades de manutenção no período.