Vale e Petrobras batem recorde ao pagar dividendos de R$ 136 bi

A Petrobras paga fatia dos dividendos e inclui governo em sua lista

A mineradora Vale será uma das duas maiores distribuidoras de lucros do mercado brasileiro, assim como a Petrobras. Os pagamentos das duas companhias devem somar pelo menos R$ 136,4 bilhões em 2021. 

As duas empresas foram classificadas assim por conta de seus pagamentos recordes de dividendos para seus acionistas este ano, como informado no levantamento feito pela consultoria Economatica. Desses R$ 136,4 milhões, mais de 1 milhão serão distribuídos para os acionistas, sendo 850 mil da estatal e quase 300 mil da mineradora. 

A Vale possui acionistas 2,6 mil pessoas jurídicas, outros 2,2 mil institucionais e 291 mil pessoas físicas. Aqueles investidores que aplicaram diretamente em ações vão receber o dividendo via depósito na conta da corretora. Atualmente, as rendas relativas a dividendos não pagam Imposto de Renda no Brasil. O levantamento mostra que a Vale distribuiu o maior valor entre as empresas listadas na B3, somando R$ 73 bilhões até setembro. 

A Petrobras aparece em segundo lugar no ranking, com pagamento de R$ 31,6 bilhões em 2021 até setembro, valor que vai dobrar até dezembro. Para a Petrobras, o grande “premiado” vai ser o próprio governo. Entre os valores já pagos pela empresa e previstos até dezembro, de R$ 63,4 bilhões, R$ 23,3 bilhões devem ser pagos à União – incluindo a fatia do BNDES. Aproximadamente outros de 850 mil acionistas, sendo 750 mil no Brasil, receberão R$ 40,1 bilhões. 

O terceiro lugar dessa lista pertence o Bradesco, com R$ 9 bilhões, seguido de Santander Brasil, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. 

  

Ciclo 

Esses números representam uma fase de preços disparados das commodities, resultando em uma forte geração de caixa. No caso da Petrobras, o barril de petróleo tipo Brent está na faixa dos US$ 80, maior nível dos últimos oito anos. O fluxo de caixa elevado também é reflexo da política de preços dos combustíveis. Enquanto isso, o minério de ferro chegou a US$ 230 a tonelada em maio, um recorde, antes de começar a ceder diante das incertezas sobre a China. 

“A Vale gera muito caixa e não vive um grande ciclo de investimentos. O endividamento está baixo, perto de zero. E, mesmo com as obrigações por Mariana e Brumadinho (reparação por conta dos desastres), a dívida expandida está abaixo da meta de US$ 15 bilhões”, afirma o analista do Itaú BBA, Daniel Sasson. 

 A Vale está presente em quatro de oito carteiras de ações boas pagadoras de dividendos recomendadas por corretoras de valores do mês de novembro. Enquanto na Petrobras a decisão de focar nos investidores que ocorreu em 2016 vem ganhando força. A empresa definiu que, após reduzir seu endividamento bruto a US$ 60 bilhões, retornaria 60% do seu fluxo de caixa livre aos acionistas. Essa meta foi batida no terceiro trimestre.

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