O ministro dos Transportes, Renan Filho, comemorou a expectativa de ampliação do volume de investimentos no setor, após repactuar valores da renovação antecipada dos contratos de ferrovias da mineradora Vale (VALE3). “Firmamos hoje entendimento histórico com a Vale S.A., que vai injetar mais de R$ 17 bilhões na infraestrutura do Brasil”, disse ele.
A negociação com a Vale, segundo declaração do ministro em postagem em sua conta no “X” e em nota oficial do Ministério dos Transportes, se deu através do processo de “resolução consensual” relacionada à renovação de concessões das Estradas de Ferro Carajás e Vitória-Minas (EFC e EFVM).
“Essa repactuação demonstra a solidez da parceria da atual gestão federal e o setor privado, que é crucial na ampliação dos investimentos na nossa logística”, destacou o ministro dos Transportes, em nota, segundo o “Valor”.
A celebração da renovação dos contratos, que garantiu a extensão do prazo de concessão até 2057, ocorreu em dezembro de 2020, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A repactuação passou por entendimentos discutidos junto ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Em paralelo a isso, o ministro Renan Filho também afirmou que, “de imediato”, o acordo garante R$ 4 bilhões de aporte.
Na oficialização do acordo divulgada na segunda-feira (30), a Vale, na condição de concessionária de ferrovia, acatou a resolução consensual, mediante a formalização de protocolo de intenções.
Morgan Stanley corta recomendação da Vale para ‘neutro’
A recomendação para as ações da Vale (VALE3) foi cortada para “equal-weight” (equivalente a neutro) pelos analistas do Morgan Stanley, além disso, eles reduziram o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) de US$ 14,50 para US$ 11,30, de acordo com relatório enviado na noite de quarta-feira (12).
A equipe liderada por Carlos De Alba citou a incerteza elevada com a perspectiva de oferta/demanda do minério de ferro, bem como as expectativas de preços mais baixos do produto, que devem continuar a pesar no desempenho das ações.
“Além disso, os maiores pagamentos do acordo de Mariana limitarão a geração de fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês) da Vale, levando a menores yields de FCF em comparação com os principais pares de commodities de ferro da América Latina e do mundo”, consta no relatório do Morgan Stanley sobre a Vale.
No entanto, a equipe afirmou que ainda vê valor de longo prazo nos ativos da mineradora e estão encorajados por uma visão clara e sólida da administração da companhia para 2030.
Anteriormente, o banco havia eleito a Vale e a Gerdau (GGBR4) entre as preferidas globais no setor para este trimestre.