A Vale (VALE3) confirmou que fechou um acordo com a Tesla (TSLA34), montadora de carros elétricos de Elon Musk, para o fornecimento de níquel. No final de março, já havia vazado na imprensa que as duas companhias haviam assinado um contrato, mas a intenção por trás do acordo não havia sido esclarecida.
Nesta sexta-feira (6), a Vale emitiu um comunicado confirmando a assinatura do contrato de longo prazo para fornecimento de níquel para a Tesla através de suas operações no Canadá. A matéria-prima é utilizada para a construção de baterias dos veículos elétricos. Deshnee Naidoo, vice-presidente da Vale, afirmou, em nota, “temos o prazer de ter a Tesla, líder em produção de veículos elétricos, entre nossos clientes”.
Segundo a companhia, a qualidade de seus produtos, que possuem alguns dos menores níveis de emissão de carbono do mundo, atraiu a Tesla. Naidoo afirmou que o acordo “reflete um compromisso compartilhado com sustentabilidade e mostra muito claramente que somos o fornecedor preferencial para produtos de níquel de baixa emissão de carbono e alta pureza, essenciais para baterias de longo alcance”.
Leia também: Lucro da Vale (VALE3) cai 19%, mas fica em linha com estimativas
De acordo com a Vale, o acordo está em linha com a estratégia de ampliar a exposição da companhia na indústria de veículos elétricos. A mineradora, que já destinava 5% de sua produção para o setor, declarou que tem o objetivo de atingir a faixa dos 30% a 40%. A empresa pretende assumir a posição de liderança no mercado como maior produtor de níquel na América do Norte.
Notícias Relacionadas
Medicamentos
Hypera recebe R$363,8 mi do BNDES para expandir operações
Os investimentos envolvem uma fábrica de medicamentos oncológicos, uma planta-piloto e um centro de pesquisa
6 fábricas
JBS (JBSS3) firma acordo que prevê investimento de US$ 2,5 bi na Nigéria
Acordo prevê um plano de investimento de cinco anos que, se efetivado, deve elevar a receita que a JBS obtém do continente africano
Razões para o acordo entre a Vale e a Tesla
O níquel é essencial para a fabricação de baterias de veículos elétricos, como os produzidos pela Tesla. No entanto, a guerra entre Rússia e Ucrânia e as sanções aplicadas ao país governado por Vladimir Putin afetaram profundamente este mercado. Como a Rússia produz 17% do níquel mundial, o preço da commodity disparou nos mercados globais.
Uma das soluções seria recorrer à China, que detém cerca de 60% das minas de níquel existentes no mundo. Porém, a crise na cadeia de suprimentos também afeta o setor. A China tem adotado medidas restritivas severas para conter o surto de covid-19 no país.
Devido a estes fatores, a Tesla tem colocado “esforços significativos” na produção interna de seus produtos, bem como na diversificação de fornecedores. Elon Musk, o diretor-presidente da companhia, está tentando verticalizar a cadeia logística da Tesla, assumindo o controle de todos os aspectos da produção. Dessa forma, a nova política da empresa foi uma abertura para o contrato com a Vale.
