Vale (VALE3) negocia criação de joint venture no Canadá

A Vale (VALE3) disse, nesta terça-feira (2), que a sua unidade de metais básicos está negociando a formação de uma joint venture de cobre com a Glencore, no Canadá. União poderia produzir cerca de 880 mil toneladas do metal de transição energética ao longo de 21 anos.

Segundo informações da Reuters, via Investing,com, as duas empresas teriam participações iguais no projeto, segundo a Vale, com expectativas de “sinergias significativas”. Os trabalhos detalhados de engenharia, licenciamento e consulta ocorrerão em 2026, enquanto a decisão final de investimento é esperada para o primeiro semestre de 2027.

A joint venture entre a Vale Base Metals – subsidiária de cobre e níquel da mineradora – e a Glencore tem como objetivo avaliar conjuntamente o potencial de desenvolvimento de cobre em uma área já explorada, em suas propriedades adjacentes na Bacia de Sudbury.

O acordo estabelece uma estrutura para explorar as sinergias da mineração dos depósitos subterrâneos de ambas empresas, utilizando o “shaft” e a infraestrutura existentes na Mina Nickel Rim South da Glencore.

O projeto propõe o aprofundamento do poço de mina existente da Glencore e o desenvolvimento de novas galerias para acessar os depósitos de cobre próximos, com custo de capital de US$1,6 bilhão a US$2 bilhões, diz a reportagem.

A mineradora brasileira observou que, considerando a geologia polimetálica da Bacia de Sudbury, as empresas também produzirão, além do cobre, níquel, cobalto, ouro, metais do grupo da platina (PGMs) e outros minerais críticos.

O anúncio foi feito pouco antes do encontro anual da Vale com investidores em Londres. No evento, a empresa informou que prevê uma produção de cobre de 350 mil a 380 mil toneladas em 2026 e uma produção de níquel de 175 mil a 200 mil toneladas.

Planos futuros de IPO

A Vale considera a ideia de um IPO para seus ativos de metais básicos desde 2014.

Em 2023, a Vale Base Metals vendeu uma participação de 10% da empresa para o veículo de investimento em mineração saudita Manara, e depois disse que poderia considerar uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) dentro de três a quatro anos.

Apesar de a empresa ainda ver a listagem como uma opção, ela não descarta outras perspectivas de longo prazo, incluindo outra venda minoritária ou transação de fusão e aquisição, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, a repórteres.

“O objetivo no final é criar valor para nossos acionistas, aumentar a base de ativos, particularmente em cobre, e avaliaremos o mercado dependendo da situação no momento”, disse Pimenta.

“A primeira transação que fizemos foi um acordo privado com a Manara; poderíamos fazer outra. Poderíamos fazer um IPO. Poderíamos nos financiar… mas esse é um problema que teremos de resolver mais tarde”, acrescentou.