Negócios

Vale (VALE3) se aproxima da decisão do próximo presidente

O conselho de administração está prestes a receber um relatório com recomendações de um CEO nesta semana

Na complexa dinâmica que se tornou a sucessão na liderança da Vale, os próximos dias se revelarão cruciais. O conselho de administração, responsável pela nomeação do CEO, está prestes a receber um relatório com recomendações nesta semana. Com base nesse documento, a decisão será tomada: manter o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ou iniciar um processo para a escolha de um novo executivo. Embora a reunião do colegiado esteja marcada para o dia 31, a pauta extensa não inclui a sucessão. 

Não se descarta a possibilidade de uma reunião extraordinária do conselho, exclusivamente para tratar do CEO, ser convocada antes dessa data.

Na semana passada, o governo intensificou seus esforços para posicionar o ex-ministro Guido Mantega na Vale. No entanto, surgiram diferentes versões sobre como integrar Mantega à mineradora, um desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Houve informações indicando que o governo estaria trabalhando para indicá-lo ao conselho de administração.

Paralelamente, fontes próximas às discussões insistiram que Mantega e Lula almejam a presidência, não uma vaga no conselho. De acordo com a reportagem do Valor, Mantega foi procurado mas não obteve retorno.

Vale (VALE3): Mantega vinha sendo citado como opção para CEO

Mantega tem sido citado, nos bastidores, como um nome do governo Lula para a Vale desde o início do novo mandato do presidente no Planalto, um ano atrás. O plano inicial seria indicar o ex-ministro como CEO, no lugar de Bartolomeo.

No entanto, as regras de governança da companhia parecem um obstáculo intransponível para Mantega ocupar o cargo de CEO. Caso o Conselho da Vale decida por trocar Bartolomeo, teria que contratar uma consultoria internacional de recrutamento para formar uma lista tríplice, mas especialistas e executivos familiarizados com esses processos consideram difícil o nome de Mantega, que nunca presidiu empresa do porte da Vale, fosse aprovado nesse tipo de seleção.

Para o cargo de membro do Conselho é diferente. As regras são menos rígidas – quando João Fukunaga, presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BB), foi indicado como conselheiro, no ano passado, seu currículo foi contestado, mas, mesmo assim, seu nome foi aprovado na assembleia de acionistas de abril. Da mesma forma, Mantega teria condições de passar nos critérios para ser conselheiro, disseram duas pessoas ao GLOBO.

Além disso, a entrada do ex-ministro não passaria por uma assembleia de acionistas. As fontes consultadas pelo Globo destacaram que, como todo o Conselho da Vale foi eleito ou reeleito na assembleia de abril de 2023, nenhum conselheiro está em fim de mandato. Só haverá substituição se alguém renunciar.

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