Mais uma marketplace chinesa chega para atuar no varejo brasileiro, um dia após a aprovação do Senado à “taxa das blusinhas” de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. A Temu, que está presente em outros 18 países, vem para concorrer com as já conhecidas Shein e Shopee.
De acordo com informações da própria empresa, suas operações de varejo e-commerce iniciaram nesta quinta-feira (6), oferecendo frete grátis em todos os pedidos e devolução, também grátis, em até 90 dias.
A fama da Temu vem das ofertas por preços muito baixos e um conjunto de produtos que variam de roupas a utilidades do lar, de acordo com o “O Globo”.
Em outros países, a companhia costuma investir bastante em marketing com influenciadores digitais, visando a conquista do público. Além disso, a Temu também utiliza a gamificação como ferramenta, com a lógica de acúmulo de pontos através de compras e outras manobras.
“Apesar de o marketing pesado de influenciadores em mídia sociais da Temu ser conhecido por atingir principalmente consumidores mais jovens, a estratégia de preços baixos e os recursos viciantes de gamificação parecem ressoar também com usuários mais velhos”, consta em relatório da equipe de varejo do BTG Pactual (BPAC11).
Taxa de 20% deve beneficiar varejo brasileiro, diz Santander (SANB11)
Segundo análise do banco Santander (SANB11), as varejistas brasileiras devem sentir um alívio com a taxa de 20% sobre compras importadas de até US$ 50, porém não chega a ser um gatilho relevante ao setor.
Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, analistas do Santander, acreditam que as empresas do varejo de vestuário, a exemplo das Lojas Renner, C&A e Riachuelo, devem ter um benefício especial com a taxa, por conta da relevância da Shein nas compras de pequeno valor.
Acompanhando o momento da aprovação do projeto, o volume de importação desses produtos tem caído, quando comparado com o ano anterior, de acordo com o “Valor”. Isto reduz a influência positiva da taxação nas varejistas brasileiras.
Apesar disso, outras empresas como a Magalu (MGLU3) e o Mercado Livre (MELI34), a taxa também ajuda a coibir a entrada agressiva de empresas novas, a exemplo da chinesa Temu, disse o Santander.