Venda de debêntures de Eike Batista é suspensa novamente

Justiça de Minas Gerais acata pedido da Argenta, que fez propostas pelos ativos de Eike Batista em 2021

O processo de venda das debêntures de Eike Batista foi suspenso mais uma vez pela Justiça de Minas Gerais nesta terça-feira (13). Segundo o jornal “Valor Econômico”, o pedido foi feito pela Argenta, corretora que tentou comprar os ativos do ex-bilionário no final de 2021 em um leilão.

A juíza Cláudia Helena Batista, responsável pelo caso, havia permitido a venda direta das debêntures pelo preço mínimo de R$ 360 milhões. No entanto, nesta terça-feira, o desembargador Adriano de Mesquita Carneiro suspendeu a decisão da juíza, dando 15 dias para que tanto Eike quanto a Argenta se manifestem.

Além da corretora com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, o banco BTG (BPCA11) e a XP (XPBR31) estão disputando os ativos de Eike Batista. Os fundos norte-americanos Arena Investors e Carval também estão interessados e já fizeram uma oferta de R$ 612 milhões.

As debêntures de Eike Batista foram emitidas pela Anglo American em 2008, em meio ao repasse do controle da MMX Minas Rio para a gigante britânica. Desde dezembro a justiça tenta leiloar as debêntures do homem que já foi o mais rico do Brasil.

MMX: XP (XPBR31) e BTG (BPAC11) brigam por ativos de Eike Batista

Após três leilões fracassados, a venda de debêntures emitidas pela Anglo American e que fazem parte do processo de falência da MMX – antiga mineradora de Eike Batista – começou a andar em um processo de propostas diretas, que já gera disputa. Colocados em disputa nesta semana, os ativos chamaram a atenção de XP (XPBR31) e BTG (BPAC11).

O primeiro a fazer uma proposta foi o BTG, em um movimento que desagradou tanto Eike quanto a seus credores dentro do processo de falência da MMX. 

No entanto, a proposta do banco desagradou pois, o entendimento foi de que o mesmo havia sido favorecido, já que apresentou proposta no dia seguinte à divulgação das novas condições para a venda das debêntures pela juíza Cláudia Helena Batista, da 1.ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.

A proposta do BTG Pactual já foi aceita pelo administrador da recuperação judicial, pelo valor mínimo (R$ 360 milhões). 

Já a XP, ao lado do Modal, afirmam, em sua proposta, que poderão cobrir eventuais contrapropostas que surjam em até cinco dias úteis após a declaração do juízo de falência de que sua oferta é a vencedora no processo de venda direta.

A corretora e o Modal abrem mão do “break-up fee” (multa pela perda da preferência) caso desistam da compra.

A venda direta deverá atrair bem menos dinheiro do que em leilão – na última vez em que o certame fracassou, o preço era de R$ 1,25 bilhão. Os recursos arrecadados vão para a redução da dívida da MMX, incluindo o acordo de delação que a empresa fechou com o STF (Supremo Tribunal Federal).

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