O cofundador e ex-CEO do unicórnio brasileiro Wildlife, Victor Lazarte, agora está no Vale do Silício atuando como general partner do Benchmark. A organização trata-se de um dos mais tradicionais fundos de venture capital da região, conhecida por ser uma das primeiras a investir em empreendimentos como eBay, WeWork e Uber.
Victor Lazarte trouxe alguns pontos, durante o Brasil at Silicon Valley, que motivaram a sua mudança na carreira, indo de empreendedor para investidor.
Ele declarou, de acordo com a “Bloomberg Línea”, que o mundo “está em um momento muito interessante em que várias empresas muito grandes vão ser criadas”.
“Nos próximos dois anos, teremos uma empresa de trilhão de dólares de IA (Inteligência Artificial) e eu acho que é o momento de entender tudo que está acontecendo e tentar achar essa empresa”, pontuou Lazarte.
A Nvidia (NVDC34), fabricante de chips fundada em 1993, chegou a um market cap (valor de mercado) de R$ 2 trilhões há cerca de um mês. A empresa foi uma das mais beneficiadas pela alta demanda por IA generativa.
Lazarte, que chegou ao Benchmark em junho de 2023, disse que assinou um cheque para uma companhia, preferiu não dizer o nome. Além disso, durante o evento, ele destacou que está interessado em organizações brasileiras, mas que também possui um olhar global, entendendo as oportunidades.
“Acesso ao talento, independentemente de onde estejam, é uma das principais razões pelas quais o Vale do Silício se tornou o que é”, acrescentou o brasileiro.
Victor Lazarte vê potencial em empresas nacionais
“Estou muito animado com o ecossistema brasileiro. Acredito que o Brasil tenha muitas excelentes escolas de engenharia. Mas o problema é que muitas vezes é necessário conversar com pessoas que já fizeram coisas antes, que já viram coisas antes, sabe?”, pontuou Lazarte.
Ele acrescentou que o fato de que as empresas mais interessantes do mundo sempre estão a um raio de 50 milhas do Vale do Silício sempre intrigou ele.
“No Benchmark, somos cinco sócios (general partners). A ideia é que cada sócio faça um investimento por ano. E, quando esse investimento é feito, você entra no conselho daquela empresa e fica em uma média de dez anos”, explicou o brasileiro.
Para ele, mesmo que as métricas e o setor de atuação sejam importantes, cabe pontuar que há outro componente que é muito observado nos encontros com fundadores de startups que podem receber o investimento.
“Mais importante ainda, olhamos para a pessoa. E uma coisa que é tão importante para nós é: qual é a motivação que esse empreendedor tem? Nós gostamos de pensar sobre quais são as coisas que motivam as pessoas […] Algumas têm um motivador genérico, como um desejo de ver algo existir no mundo. E outras têm um fator competitivo, que é como pensar ‘eu preciso vencer’”, concluiu.