Na Vivara (VIVA3), canais digitais se tornam pilares essenciais para lucro

Varejista de joias buscou tirar o impasse do consumidor em comprar produtos de luxo em vias digitais

Se a pandemia alterou a lógica da maioria das varejistas, na Vivara (VIVA3) não podia ser diferente. A companhia de joias passou por uma grande transformação digital, criando aplicativos, uma estratégia omnichannel e fortalecendo o e-commerce visando resolver um desafio: tirar o impasse do consumidor em comprar produtos de luxo em vias digitais e possibilitando que eles continuassem a vender, mesmo sem as lojas físicas.

O (quase) turnaround deu frutos. No último resultado divulgado, a Vivara teve 17,4% da sua receita total vinda de canais digitais, enquanto que, antes da pandemia, esse número não chegava a 5%.
“A Vivara cresceu a sua participação de mercado de 11% para 16%, tendo boa parte desse crescimento devido ao aumento da sua influência de venda em meios digitais”, disse Adriano Tavollassi, diretor de Ecommerce, Digital e Omnichannel da Vivara.

“Um dos seus maiores concorrentes no País, a dinamarquesa Pandora, tem cerca de 26% das suas vendas vindas por canais digitais, mas muito anos à frente na construção de tecnologia e estratégia, mostrando que em pouco tempo a Vivara está no caminho correto”, completou. 

A estratégia online, contudo, não fez com que a Vivara abandonasse as lojas físicas. Segundo o executivo da varejista, a abertura de novas lojas auxiliou as vendas pelo online. 

“Ao investir em uma nova loja física, existe um crescimento de cerca de 18,1% nas vendas online daquela região, crescendo o retorno do capital investido dessas lojas, devido a estratégia do ominchannel. O vendedor das lojas físicas acabou virando um grande consultor, auxiliando os clientes nas compras, sejam elas online ou presenciais”, afirmou Tavollassi. 

A melhora na variável omnichannel também fez com que os resultados financeiros também evoluíssem. A empresa conseguiu reduzir o seu capital de giro gasto com estoque, pois, em 2021, a companhia realizou a integração do estoque de mais de 170 praças, reduzindo a necessidade de estoque nos canais digitais ou nas lojas. 

Dessa forma, a companhia conseguiu diminuir seus custos e prazos de entrega nos canais digitais, além de perder menos vendas dentro dos canais físicos. Essa estratégia amplia o papel das vendedoras da loja, que podem sugerir ao consumidor uma compra online, enquanto continua ganhando a sua comissão e o cliente.

Vivara teve lucro de R$ 298 milhões no ano passado

A Vivara é uma companhia brasileira que atua na produção de joias, sendo o principal player do setor no país. Com mais de 55 anos de história, a empresa fez seu IPO em 2019 com valor de mercado de R$ 5,7 bilhões, captando cerca de R$ 453 milhões na sua oferta primária. O plano era destinar o montante à construção de novas lojas e aumento do seu setor fabril.

Na sua última divulgação de resultados, a empresa reportou uma receita bruta de R$ 1,8 bilhão, com aumento de 37,7% em relação a 2020. Já o lucro líquido da Vivara foi de R$ 298 milhões, 103% maior em comparação ao mesmo período do ano anterior.

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