A montadora alemã Volkswagen planeja investir em minas para reduzir o custo das células de bateria, atender metade de sua própria demanda e vender para terceiros. Com informações do Money Times.
A estratégia se alinha com uma tendência de montadoras que buscam maior controle sobre partes da cadeia de suprimentos tradicionalmente deixadas para terceiros, desde a geração de energia até o fornecimento de matéria-prima, enquanto competem por recursos escassos de que precisam de maneira urgente para atingir as metas de eletrificação.
A maior montadora da Europa quer que sua unidade de baterias PowerCo se torne uma fornecedora global de baterias, além de atender metade de sua própria demanda com fábricas principalmente na Europa e na América do Norte, afirmou Thomas Schmall em entrevista à Reuters.
De acordo com Schmall, a PowerCo começará entregando células à Ford para os 1,2 milhão de veículos que a montadora dos Estados Unidos está construindo na Europa na plataforma elétrica MEB da Volkswagen.
“O gargalo para as matérias-primas é a capacidade de mineração – é por isso que precisamos investir diretamente nas minas”, disse.
A montadora está fechando acordos de fornecimento com empresas de mineração no Canadá, onde construirá sua primeira fábrica de baterias na América do Norte.
Essas parcerias com garantia de financiamento podem reduzir em anos o tempo de desenvolvimento de minas para mineradoras juniores, disse John Meyer, analista sênior do banco de investimentos SP Angel.
Schmall se recusou a comentar sobre outros locais em consideração ou quando a Volkswagen poderia investir diretamente em minas.
Volkswagen estima vendas de 2023 acima do esperado
A Volkswagen estima que a receita suba para até 331 bilhões de euros em 2023, o que levou as ações da maior montadora da Europa ao nível mais alto em três meses e meio.
No dia 3 de março, as ações da Volkswagen subiram 10,6% em Frankfurt, e atingiram o nível mais alto desde meados de novembro. Analistas da Jefferies classificaram a projeção de “surpreendentemente forte”.
As perspectivas da montadora, divulgadas após os resultados preliminares de 2022 publicados no mês passado, também preveem uma forte recuperação das vendas de veículos, para 9,5 milhões de unidades, um aumento de mais de 14% em relação ao ano passado.
“Nosso desempenho no ano passado demonstrou a resiliência aprimorada do grupo Volkswagen em meio a um cenário global desafiador”, disse o diretor-financeiro, Arno Antlitz, segundo o “Money Times”.
“Esperamos que os gargalos da cadeia de suprimentos diminuam gradualmente no ano atual, nos permitindo atender a alta carteira de pedidos”, completou.
A Volkswagen, que no ano passado listou a Porsche AG em um IPO (oferta pública inicial) de ações histórica, estima que as vendas cresçam de 10% a 15%, indicando receitas de 307 bilhões de euros a 331 bilhões de euros em 2023.
A estimativa dos dados compilados pela Refinitiv apontava para um crescimento de 280 bilhões de euros.
Segundo o grupo, o retorno operacional sobre as vendas deve ficar na faixa de 7,5% a 8,5%, em comparação com 7,9% em 2022. Ainda de acordo com a montadora, a expectativa é que seu dividendo aumente em 1,20 euro por ação.