Volkswagen
Volkswagen / Foto: Divulgação

O grupo Volkswagen pretende aplicar 160 bilhões de euros (US$ 186 bilhões) até 2030, afirmou o presidente Oliver Blume. O plano reflete um esforço de redução de custos em um momento em que a maior montadora da Europa enfrenta uma crise significativa em seus dois principais mercados: China e Estados Unidos.

O montante previsto, atualizado todos os anos dentro do plano de investimentos de cinco anos da Volkswagen, representa uma redução em relação aos 165 bilhões de euros projetados para 2025–2029 e aos 180 bilhões de euros previstos no ciclo 2024–2028.

A montadora, controladora de marcas como Porsche e Audi, enfrenta pressão crescente por causa das tarifas aplicadas pelos EUA sobre veículos importados, além da competição intensa no mercado chinês.

Esse cenário afetou diretamente a rentabilidade da Porsche, que concentra aproximadamente metade de suas vendas nesses dois mercados. Além disso, a montadora revelou um forte revés em sua estratégia para veículos elétricos, o que aumenta a pressão sobre o grupo Volkswagen.

Blume afirmou ao semanário Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung que o novo plano de investimentos da Volkswagen concentra recursos “na Alemanha e na Europa”. Com prioridade para desenvolvimento de produtos, tecnologia e infraestrutura. Ele acrescentou ainda que as discussões sobre um programa ampliado de redução de custos na Porsche devem continuar até 2026.

Volkswagen é condenada a pagar R$ 165 mi por trabalho escravo

A Vara do Trabalho de Redenção, no sul do Pará, condenou a Volkswagen do Brasil a pagar R$ 165 milhões por danos morais coletivos. Após comprovação de que trabalhadores foram submetidos a condições análogas à escravidão em uma de suas fazendas no município de Santana do Araguaia. Entre as décadas de 1970 e 1980, durante o regime militar.

A decisão, publicada na última sexta-feira (29), atende a pedido do MPT (Ministério Público do Trabalho), que moveu ação civil pública contra a montadora.

Além da multa, a Justiça determinou que a empresa reconheça publicamente sua responsabilidade e peça desculpas formais aos trabalhadores e à sociedade brasileira.

Segundo o MPT, trata-se da maior condenação já registrada no país em casos de trabalho escravo. Considerada um marco simbólico na responsabilização de grandes corporações por práticas ocorridas no período da ditadura.