A Volkswagen (VW) anunciou que irá suspender o contrato de trabalho (layoff) de 800 trabalhadores de sua fábrica de Taubaté (SP). A medida será adotada a partir do dia 1º de agosto por um período que varia de dois a cinco meses. De acordo com a montadora, a suspensão dos contratos será feita para adequar o volume de produção ao mercado.
O anúncio da montadora foi comunicado oficialmente pela empresa ao Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) na tarde de sexta-feira (14). “Infelizmente, a taxa de juros, a Selic, continua em 13,75% e inviabiliza a venda de carros novos, já que dois terços dessas vendas são feitas por financiamento. Com isso, as montadoras têm enfrentado um acúmulo de veículos em estoque nos pátios”, explicou o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião.
Durante a assembleia, realizada na sexta, Claudião reafirmou a importância do acordo coletivo feito entre o Sindicato e a Volks, que garante estabilidade até 2025. “Desde que firmamos o acordo em 2020, o qual foi renovado ano passado, até agora, a montadora utilizou um terço dos dias produtivos para aplicar medidas de flexibilização, como layoff, férias coletivas, shutdown, dayoff e banco de horas.”
Neste ano, a Volks já havia protocolado um pedido de layoff. Inicialmente a medida seria aplicada em junho e depois foi adiada para julho. Com o lançamento do programa de carros populares, a montadora chegou a anunciar que não adotaria mais a suspensão dos contratos neste ano.
Mas com a manutenção da taxa Selic, os planos foram novamente ajustados. Entre 26 de junho e 3 de julho, os trabalhadores ficaram fora da produção por meio de shutdown e dayoff, retornando no último dia 4 de julho. Agora, a nova previsão é de que o layoff seja iniciado em agosto.
A VW conta com cerca de 3.100 trabalhadores e trabalhadoras em Taubaté. Atualmente, a unidade produz o Polo Track, novo carro de entrada da montadora. O acordo coletivo também estabeleceu a produção de um SUV compacto para fábrica a partir de 2025.
Volkswagen anuncia plano de investimento bilionário no Brasil até 2026
A Volkswagen anunciou no início de julho um investimento de 1 bilhão de euros, que visa o crescimento na América Latina, sobretudo no Brasil, em que a companhia anseia crescer 40% até 2027.
Nesse sentido, o investimento da Volkswagen será destinado ao “desenvolvimento de motores de combustão a etanol” e ao lançamento de novos modelos, informou o grupo em comunicado.
Desse modo, o projeto visa comercializar 15 novos modelos de veículos elétricos e “flex-fuel” até 2025. Os veículos aceitam vários combustíveis e carros híbridos.
Além disso, a Volkswagen anseia lançar ainda neste ano seus primeiros modelos totalmente elétricos no Brasil, o Volkswagen ID.4 e o ID.Buzz.
Apesar da meta da fabricante alemã ser alcançar um crescimento anual de 11% no mercado automobilístico sul-americano até 2030, o progresso em direção aos modelos elétricos segue lento.
Até 2033, a participação no mercado total de veículos totalmente elétricos não passará de 4% no Brasil, segundo a Volkswagen, muito menos do que na Europa ou nos Estados Unidos.
Sendo assim, a montadora deseja avançar nesse mercado, mas por meio de “propulsões alternativas”, como os biocombustíveis. “A América do Sul, como um mercado automobilístico de rápido crescimento, é de importância estratégica para a Volkswagen”, disse Thomas Schäfer, diretor-geral da marca, citado no comunicado.
“A equipe local conseguiu redirecionar o rumo nos últimos anos e melhorar de forma duradoura a rentabilidade e a competitividade. Agora é uma questão de continuar trabalhando na posição de custos”, acrescentou o diretor da Volkswagen.