Warren Buffet: A lenda do mercado

O empresário está entre os 10 homens mais ricos do planeta, com uma fortuna que ultrapassa os R$ 100 bilhões

Com fortuna superior a US$ 100 bilhões, Warren Buffett, é considerado uma lenda dentro do mercado financeiro, ele é um dos investidores mais importantes do mundo além de ser o principal acionista da Berkshire Hathaway, que possui participação em várias companhias, como Apple, Coca-Cola, Visa, Kraft-Heinz

De acordo com lista divulgada pela Forbes neste ano, Buffett é o 9º homem mais rico do planeta, em 2008 ele já chegou a estampar na primeira colocação do ranking. Por meio de sua empresa, Buffet possui retorno médio de mais de 20% ao ano nas últimas cinco décadas e suas lições de vida renderam o apelido de “Oráculo de Omaha”, em referência à cidade do meio-oeste americano onde ele vive.

O início

Warren Buffett nasceu em pleno crash de Wall Street, no auge da queda da Bolsa de Nova York, em 1929. Seu pai, Howard Buffett, era corretor no mercado financeiro e perdeu o emprego em 1931 e resolveu empreender e abrir a sua própria empresa de investimentos para conseguir dinheiro e sustentar sua família.

Aos sete anos, ele pegou emprestado na biblioteca de sua cidade o livro “1.000 formas de ganhar US$ 1.000”, de Frances Mianker. Se encantou pelo mercado e, nos anos seguintes, devorou os livros de investimentos da biblioteca particular de seu pai.

Aos 11 anos, veio a primeira aquisição na bolsa: três ações da Cities Services, conhecida atualmente como Citgo, dona de refinarias e infraestrutura de distribuição de combustíveis, controlada desde 1986 pela estatal venezuelana PDVSA.

Aos 13 anos declarou seu primeiro imposto de renda, afirmando ao fisco americano que sua bicicleta e relógio eram essenciais para o seu trabalho de entregador, pedindo restituição do imposto pago pelos itens adquiridos. Taí alguns exemplos de como o jovem Warren Buffett se transformaria no maior investidor do mundo.

Dois anos depois, quando a venda de jornais rendia US$ 175 por semana, Buffett usou parte do dinheiro para, junto com um amigo, comprar máquinas de pinball, distribuídas em salões de beleza em Omaha. No mesmo ano, vendeu o direito do negócio por US$ 1.200.

A primeira empresa

Em 1956, ele fundou a Buffett Partnership, criada com familiares e sócios com US$ 105,100, com um investimento de apenas US$ 100 do próprio Buffett. Sua estratégia de negócios também era diferente da dos concorrentes: ele não cobrava taxa de administração, mas havia uma taxa de performance alta, de 25%, por tudo que ultrapassasse um ganho acumulado de 6%.

Seis anos depois de sua fundação, em 1962, a firma valia US$ 7 milhões, e o rendimento da carteira havia superado o do índice Dow Jones com folga.

O retorno líquido médio anual foi de 24,5% por mais de uma década, ante 7,4% do benchmark do mercado norte-americano.
Durante seu trabalho gerindo a Buffett Partnership, conheceu Charles Munger, com quem formaria uma das duplas mais conhecidas no mercado financeiro global pelas décadas seguintes.

Berkshire Hathaway

A história começou em 1962, quando Buffett viu uma oportunidade de investimento e fez suas primeiras compras de papéis da Berkshire, que até então era uma empresa do setor têxtil. Ele usava uma técnica chamada de Guimbas de Charuto, que buscava identificar empresas que estavam em dificuldades, mas ainda podiam dar um ‘último trago’ – o que renderia lucro.

No caso da Berkshire, a esperança era a recompra de ações.

Buffett notou um padrão da gestão da companhia que optava por fazer recompras de papéis toda vez que fechava uma unidade fabril. Em dificuldades, a Berkshire sofria com a desaceleração da economia pós-guerra e o próprio Buffett não via sinais de melhoria na situação financeira.

Em 1964, em negociação verbal com o presidente da Berkshire, Buffett acertou se desfazer de seus papéis ao preço de US$ 11,50 por ação. No entanto, a companhia fez uma oferta firme a US$ 11,375. Isso enfureceu Buffett, que recebeu a notícia dias após a morte de seu pai.

Irritado, ele recusou a oferta e passou a comprar mais ações até, no ano seguinte, assumir o controle da empresa e demitir a diretoria. A estratégia, segundo o próprio Buffett, foi um erro colossal, pois a ação de tomada da companhia interrompeu o acúmulo de juros compostos de seu capital.

Em 40 anos, a Berkshire teve uma valorização de 1.000.000%. Sendo assim, os investidores que aplicaram US$ 100 dólares na época em que Buffett comprou a empresa hoje contam com US$ 1 milhão. Essa mesma quantia aplicada na média Dow Jones durante os 40 anos que se seguiram renderam apenas US$ 1.500.

Os ensinamentos de Buffet

“O tempo e os juros compostos são o grande amigo do investidor paciente”, diz Buffet. Em suas palestras, o bilionário costuma relembrar de uma frase atribuída a Albert Einstein de que os “juros compostos são a força mais poderosa do universo”.

Para ilustrar o conceito aos leigos, Buffett gosta de contar a história de um matemático que, ao ser recompensado por seu rei, pediu que ele colocasse um grão de milho na primeira casa, dois na segunda e fosse dobrando sucessivamente até a 64ª casa. Se o Rei aceitasse, teria que dispor de 18 quinquilhões de grãos.

Para dar oportunidade de os juros compostos fazerem a sua mágica, Buffett usa a estratégia buy and hold. Ele aproveita os períodos de baixa nos mercados para comprar papéis das empresas em que acredita e procura mexer muito pouco no seu portfólio.

Um sinal claro do impacto dos juros compostos: da sua fortuna de US$ 100,5 bilhões, 99,1% foi acumulada após os 50 anos.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile