Após atingir a marca de R$ 150 bilhões em ativos sob gestão, a XP Asset agora mira os mercados de investimentos alternativos. Criada há 16 anos, a gestora optou por avançar primeiro em classes mais tradicionais, como renda variável, multimercados e renda fixa. No entanto, passou a privilegiar nos últimos anos os investimentos ilíquidos, como a compra de participações em empresas.
“Dentro da célula de alternativos, muita coisa boa aconteceu nos dois últimos anos”, diz Bruno Castro, CEO da XP Asset. “Levantamos fundos grandes e bem pulverizados em número de cotistas e democratizamos investimentos que antes só eram acessados por grandes investidores institucionais”, completou, segundo o “Valor”.
XP Asset usa agentes autônomos para avançar nos alternativos
Buscando avançar no setor de investimentos alternativos, a gestora começou a usar sua base de agentes autônomos, formada por cerca de 11,3 mil pessoas, para encontrar oportunidades de negócio.
“Um dos grandes desafios de um fundo alternativo ou um fundo de crédito é a originação. O mercado está muito no eixo Rio-São Paulo e nós temos um diferencial grande de ter uma rede de pessoas no Brasil inteiro que podem nos apresentar oportunidades em outras regiões”, afirmou Castro.
Antes feita de maneira informal, as indicações passaram a ser estudadas por uma área específica dentro da gestora. As informações básicas são cadastradas em um sistema pelos agentes autônomos e, a partir daí, o time de análise fica responsável para ver se são bons negócios, como explica o CEO.
“É muito mais fácil para a pessoa que está no local nos originar essa oportunidade, e isso nos ajuda tanto na parte de crédito quanto na parte de investimentos em empresas”, diz o presidente.
Atualmente, mais da metade das oportunidades em investimentos que estão sob análise para fundos alternativos e de créditos estruturados veio de agentes autônomos. A XP tem 13 estratégias de gestão e atua em segmentos como private equity e “special situations”.
Há um ano, a gestora criou um fundo para estrear no agronegócio. “Antes os bancos controlavam grande parte desse fluxo de empréstimos para o agronegócio, mas os fundos dedicados têm crescido de forma mais intensa nos últimos 12 meses”, afirmou Castro.
No final do primeiro semestre deste ano, foi a vez de estrear no universo das startups, com a captação de R$ 915,7 milhões em um fundo ao lado de Romero Rodrigues, fundador do Buscapé. No total, foram 12,5 mil investidores no maior veículo de participação em empresas (FIP) no Brasil em número de cotistas.
O grande objetivo de Castro nos últimos dois anos é o de transformar a XP Asset na “mais valiosa da América Latina”. Atualmente, a casa ocupa o oitavo lugar no ranking de gestão da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros de Capitais).