XP lança plataforma de negociação de investimentos alternativos

A tecnologia deve incentivar o mercado secundário de ativos ilíquidos no Brasil

A XP Inc. criou uma plataforma de negociação de ativos ilíquidos para diferentes classes do universo de alternativos, ou seja, ativos diretamente ligados à economia real, que não sofrem com a volatilidade da bolsa de valores. Esta modalidade de investimentos permite que investidores financiem ou se tornem sócios de projetos específicos, como na indústria de private equity (a partir da compra de participação de empresas mais maduras) e de venture capital (que faz aportes em startups). 

Os ativos ilíquidos normalmente possuem ciclos mais longos de investimentos e restrição de resgate. Quem investe em fundos de private equity e de venture capital, por exemplo, leva cerca de seis a sete anos para ter seu dinheiro de volta. Segundo especialistas em Investimentos Alternativos, as aplicações no segmento podem superar momentos de instabilidade econômica, como o avanço da inflação.

Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, Gustavo Pires, sócio responsável pela área de serviços de gestão de recursos da XP, afirmou que a ferramenta deve auxiliar a fomentar o mercado de ativos ilíquidos no Brasil. Segundo Pires, a plataforma foi idealizada a partir de uma demanda identificada dentro de casa. 

De acordo com dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), os fundos chegaram a movimentar R$ 11,6 bilhões no primeiro trimestre de 2021. A XP já possui uma base de 40 mil clientes com posições em fundos alternativos. 

A plataforma chega em um momento em que a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) discute mudanças sobre quem pode investir em produtos mais sofisticados. Atualmente, existe uma diferenciação entre o público geral e perfis categorizados como investidor qualificado e profissional (aqueles que detêm, respectivamente, R$ 1 milhão e R$ 10 milhões em patrimônio financeiro). 

Para a XP Inc., a proposta de mudança é positiva. “Quando se abre o leque de quem pode investir, a consequência é mais liquidez no secundário e mais atores do mercado”, concluiu Gustavo Pires.

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