A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) absolveu, em julgamento nesta terça-feira (27), a Yduqs (YDUQ3), detentora das Faculdades Estácio, por suposta inobservância de obrigação de guardar documentos relacionados à administração da companhia.
Foram absolvidos os diretores Marcos de Oliveira Lemos, Pedro Jorge Guterrez Quintans Graça, Virgílio Deloy Capobianco Gibbon, Gilberto Teixeira de Castro, Rogerio Frota Melzi, João Luis Tenreiro Barroso e Miguel Filisbino Pereira de Paula.
Após analisar o caso e acompanhar o voto do diretor João Accioly, o Colegiado da CVM decidiu, por unanimidade, pela absolvição. A diretora Flávia Perlingeiro acompanhou a conclusão do voto do Diretor Relator quanto à absolvição, mas apresentou manifestação de voto com suas considerações sobre o caso.
O processo teve origem em um inquérito que apurava se um ex-membro do Conselho de Administração da Estácio Participações S.A. (nome antigo da YDUQS) teria operado com informações privilegiadas e se a companhia teria observado a obrigação legal de guardar documentos relativos às atividades da administração.
De acordo com a acusação, o ex-membro do conselho teria lançado opções de venda de ações da YDUQS em nome da sua esposa em três pregões anteriores à divulgação de fato relevante que informava sobre o terceiro Programa de Recompra de Ações da Estácio. A operação rendeu R$ 5,538 milhões ao executivo.
J.P. Morgan corta recomendação de compra
Na última sexta-feira (23), as ações da Yduqs tiveram sua recomendação de compra rebaixada para neutra pelo J.P. Morgan. O banco norte-americano ainda estipulou um preço-alvo de R$ 21,00.
Em 24 de março deste ano, o J.P. Morgan havia recomendado a compra dos papéis da empresa do setor de educação, o que provocou uma alta superior a 10% naquela sessão, acumulando ganhos de 97% no ano.
Em relatório, os analistas da instituição financeira comentaram que à medida que a economia melhora, faz sentido incorporar uma melhoria gradual nas margens dos campi em massa ao longo do tempo, alcançando 25% no longo prazo. No entanto, para o banco dos EUA, a melhora gradual das margens não é suficiente para gerar uma valorização significativa nos níveis atuais.
O banco americano ainda pontuou que o principal catalisador de valorização é o FIES, com potencial de adicionar R$ 5 por ação de emissão da Yduqs. Embora as atuais projeções não incluam nenhum impacto de uma possível reforma do FIES, os analistas reconhecem que isso poderia ter um significado expressivo, adicionando 200 mil contratos incrementais.