Zamp S.A.? Burger King (BKBR3) pode deixar “dinheiro na mesa” ao mudar nome

Marca é a única do mundo que bate de frente com a gigante global McDonald's, mas pretende mudar nome da holding

Recentemente, o Burger King Brasil (BKBR3) anunciou uma proposta para alterar o nome da companhia no cenário doméstico para Zamp S.A. De acordo com especialistas, essa alteração não deve mexer com questões operacionais da companhia e nem com os papéis da empresa na bolsa de valores de São Paulo (B3). Entretanto, caso a mudança também seja feita no nome dos restaurantes, a marca pode ter um retrocesso nas vendas, deixando muito “dinheiro na mesa”.

De acordo com Thomas Pedrinelli, analista CNPI, responsável pela plataforma MundoInvest, a troca no nome da empresa pode ser positiva, caso não seja alterada a marca “Burger King” nos restaurantes. 
 
“Se mudar o nome da holding, uma vez que tem a rede Popeyes e Burger King debaixo do guarda-chuva, eu acho que é um reforço muito positivo, porque você está levando uma cultura nova e inovadora. Caso a empresa venha a mudar os restaurantes do Burger King para Zamp, pode haver um retrocesso nas vendas”, afirmou Pedrinelli. 

Burger King e McDonald’s são duas das maiores empresas de fast food com atuação no Brasil. As companhias disputam a fidelização dos clientes e, muitas vezes, não perdem a oportunidade de se alfinetarem em propagandas e posts na internet. A guerra é declarada entre as companhias e, segundo Pedrinelli, caso o Burger King passasse a ter o nome de “Zamp” nos restaurantes, esse embate, que favorece as duas empresas, perderia um pouco a força, e o BK seria o maior prejudicado na história.

“Com a Zamp nas unidades do Burger King, poderia existir um boom em inovação, seria um grande lançamento, porque existiria uma nova marca, poderia trazer novidades em operações, mas abandonar uma marca que bate de frente com uma mega empresa global – que é o McDonald’s – é deixar muito dinheiro na mesa, no meu ponto de vista”, disse Pedrinelli. 

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em abril deste ano, o Burger King Brasil afirmou que a mudança na denominação social tinha como objetivo “promover a construção de uma nova marca corporativa que comporte o conceito de uma operação multimarcas”.

Para Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, a alteração no nome da holding não irá gerar impacto sobre as operações da empresa Burger King. “Como o grupo opera, também, outras empresas, o objetivo foi segregar a marca ‘BK’ do seu nome. Essa mudança não tem impacto sobre os papéis da companhia”, disse o especialista. 

Caso o BK Brasil altere somente o nome da holding, a empresa deverá passar por um processo parecido com o do Facebook no ano passado. A holding “Meta” se chamava Facebook, até outubro de 2021, quando alterou seu nome e deixou “Facebook” somente para o aplicativo.

“A mesma coisa acontece com o Google. A holding dela se chama Alphabet e não Google, mas o produto Google é muito bem explorado e está na boca do povo”, explicou Pedrinelli, da Mundo Invest. 

De acordo com Sidney Lima, analista da top gain, a mudança proposta pelo Burger King para o nome da holding se deu por questão de posicionamento da marca e, por isso, para o mercado, não tende a ter efeito sobre os papéis da empresa na bolsa.

“O fato é que a empresa trata-se de um grupo que possui em seu portfólio a administração de algumas marcas como Popeyes e Restaurant Brands International (RBI). Vale lembrar que o Burger King é um dos restaurantes do grupo e a intenção é desassociar esse vínculo do nome, não afetando as questões operacionais”, destacou Lima.

Caso o nome a ser alterado seja apenas o da holding, o BK Brasil terá a missão de fazer um movimento para conquistar mais market share com o novo nome do grupo a fim de atender diversos públicos com produtos diversificados.

Ao BP Money, a assessoria do BK Brasil afirmou que a renovação da marca não irá influenciar as marcas de seu portfólio. “A BK Brasil confirma que está em processo de renovação de sua marca corporativa, com o objetivo de melhor refletir seu atual conceito de “multimarcas” composto pelas marcas autênticas – Burger King®? e Popeyes®? -, sua estratégia de aceleração digital e centralidade no cliente. A proposta da Companhia será apresentada aos seus acionistas em Assembleia a ser realizada no dia 29 de abril e, apenas depois de aprovada, a data de implementação será avaliada. A BK Brasil salienta que a renovação da marca corporativa não implicará em qualquer mudança nas marcas de seu portfólio – a saber, Burger King®? e Popeyes®?-, que conservarão seus nomes e identidades visuais atuais”, informou a companhia. 

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