A pesquisa Futura/Apex de julho, obtida com exclusividade pelo Jornal CNN, indica que 79,5% dos brasileiros não concordam com a elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiros). Outros 17,2% disseram concordar com o ajuste; 3,3% não souberam ou não quiseram responder ao questionamento.
Após entrave entre o Executivo e Legislativo envolvendo o IOF parar no Judiciário, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou, na noite de quarta-feira (16), o retorno da eficácia do decreto que aumentou as alíquotas do imposto.
Argumentos de Moraes
O ministro aceitou os argumentos do governo e decidiu que “não houve desvio de finalidade” na mudança de alíquotas do IOF e na incidência sobre planos de previdência complementar (VGBLs). Moraes rejeitou somente a cobrança do IOF sobre o chamado “risco sacado”.
A sondagem também perguntou aos entrevistados se estão acompanhando a tentativa do governo de elevar o imposto. Ao todo, 54,6% disseram conhecer as discussões envolvendo o IOF; 43,5% afirmaram desconhecer; 1,9% não souberam ou não quiseram responder.
Para a pesquisa, foram ouvidas 2.001 pessoas remotamente, entre os dias 9 e 14 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Volta do IOF deve render R$ 11,5 bilhões em receitas
O decreto que aumenta o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) deve render cerca de R$ 11,5 bilhões em receitas para o governo federal ainda em 2025.
Nesta quarta-feira (16), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou o retorno da eficácia do decreto que aumentou a alíquota do IOF. Conforme antecipado pelo jornal CNN Brasil, Moraes, retirou, somente, a vigência do imposto sobre o “risco sacado” – espécie de operação de crédito, muito usada no varejo, em que fornecedores antecipam o fluxo de caixa de suas vendas.
Como era a arrecadação do decreto?
Com a última edição do decreto, que foi editado para reforçar a arrecadação, o governo esperava um retorno em receitas de cerca de R$ 12 bilhões.
Segundo o Ministério da Fazenda, a perda de arrecadação para 2025 com a saída do risco sacado é de R$ 450 milhões. Para 2026, a perda será de R$ 3,5 bilhões.
O ministro do STF aceitou os argumentos do governo e decidiu que “não houve desvio de finalidade” na mudança de alíquotas do IOF e na incidência do imposto sobre planos de previdência complementar (VGBLs).
Com isso, o decreto legislativo aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado no mês passado deixou de ter validade e restabelece a decisão original da medida do governo.
Única ressalva de Moraes
A única ponderação feita por Moraes diz respeito à operação do varejo. “O decreto presidencial, no tocante à ampliação da hipótese de incidência por meio da inclusão de novas operações no fato gerador do tributo, incorreu em inconstitucionalidade ao pretender expandir a hipótese de incidência do IOF, naquilo em que determinou a equiparação das operações de ‘risco sacado’ ao fato gerador do imposto”, afirmou o ministro na decisão.