Vivemos uma dualidade. Cada dia se torna mais difícil beber vinhos de qualidade das regiões famosas por conta dos preços enlouquecidos de regiões como Borgonha e Bordeaux. Se os vinhos dessas regiões fossem ações, seria como comprar papéis pós-alta e com a certeza absoluta de que eles continuariam subindo. Esse é o cenário atual.
Claro que a realidade é um pouco mais complexa. Importar vinho não é tarefa trivial. Além de ser muito caro do ponto de vista tributário, a mão-de-obra para questões de logística é simplesmente insana. Vale ressaltar também que infelizmente é um mercado que pune quem age na legalidade. Ao final da linha, quem paga o pato é o consumidor que é praticamente forçado a comprar um vinho custando praticamente o dobro de um exemplar comprado no exterior.
Em vista da realidade do mercado de importação de vinho no Brasil, algumas importadoras estão explorando novas regiões, muitas vezes desconhecidas no nosso país (e até no mundo). Produtores de tais regiões tendem a cobrar um preço menor pelos seus vinhos na origem e ao chegar no Brasil a competição com semelhantes também é menos intensa.
É o exemplo da Vinas Mora, vinícola croata importada pela Uva Vinhos. Os donos Kreso Petrkovic e Niko Dukan descobriram uma vinícola que pertencia a uma cooperativa praticamente abandonada. Os amigos decidiram assumir a Vinas Mora que significa, “Vinhos do Mar”, tendo em vista a proximidade dos vinhedos com o mar Adriático. Os vinhos com o Andreis e o Kaamen custam entre R$ 250 e R$ 350 e são encantadores.
Outro exemplo pode ser visto na importadora Wines4U que começou a trazer vinhos eslovenos da vinícola Heaps Good Wine Co. Os vinhos de Pinot Noir, Furmint e Pinot Gris custam R$ 155 em preço cheio, valor este bastante baixo até para vinhos brasileiros de alta qualidade. Indiscutivelmente um dos melhores custo-benefício do nosso país.
Esta lista não estaria completa sem mencionar a Winelands, importadora especializada em trazer com pioneirismo, rótulos das mais diversas regiões produtoras do mundo. O portfólio da importadora conta com vinhos de países como Bósnia, Síria, Romênia, Ucrânia e muitos outros. Para a meia-dúzia de leitores deste canal, dos quais três devem ser degustadores curiosos, recomendo sair do óbvio, explorar os nomes acima, expandir o paladar e preservar a própria saúde financeira.