Brasília (DF) 15/07/2025 - O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participa de reunião com o representantes do setor do agronegócio para discutir medidas à tarifa de 50% dos EUA. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Brasília (DF) 15/07/2025 - O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participa de reunião com o representantes do setor do agronegócio para discutir medidas à tarifa de 50% dos EUA. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou nesta sexta-feira o nível atual dos juros no Brasil. Segundo ele, já existem condições para o Banco Central iniciar a redução da taxa Selic.

Para Alckmin, não faz sentido o país manter a segunda maior taxa real de juros do mundo em um contexto de inflação em desaceleração.

“Não tem sentido você ter a segunda taxa de juro do mundo, com uma inflação em queda e as causas da inflação em queda”, afirmou.

Inflação dá sinais mais favoráveis, diz vice-presidente

Em entrevista a jornalistas em São Paulo, Alckmin argumentou que os fatores que pressionaram a inflação nos últimos anos mostram melhora. Entre eles, destacou preços de alimentos, condições climáticas e câmbio.

Segundo o ministro, esse conjunto de fatores reforça a avaliação de que o atual aperto monetário é excessivo. Além disso, ele defendeu uma política de juros mais compatível com o momento da economia.

Copom frustra expectativas de corte em janeiro

As declarações ocorrem dois dias após o Banco Central manter a Selic em 15% ao ano.
Na decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) afastou a expectativa de parte do mercado de um corte já em janeiro.

Com isso, aumentaram as apostas de que uma eventual redução dos juros só aconteça a partir de março.

Atualmente, ao considerar os juros descontados da inflação, o Brasil ocupa a segunda posição global, atrás apenas da Turquia. Esse patamar elevado tem sido alvo de críticas recorrentes dentro do governo federal.

Para integrantes do Executivo, juros menos restritivos poderiam estimular o crescimento econômico e favorecer a geração de empregos.

A divergência entre governo e Banco Central não é recente. Enquanto a autoridade monetária prioriza o controle da inflação e a ancoragem das expectativas, o Executivo defende estímulos à atividade econômica.

Por fim, analistas do mercado seguem divididos. Muitos aguardam sinais mais consistentes de desaceleração inflacionária antes de projetar o início dos cortes na Selic.