O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que espera que a resistência da França ao acordo entre Mercosul e UE (União Europeia) tenha ficado para trás após o anúncio do tratado na Cúpula do Mercosul, no Uruguai, nesta sexta-feira (6). “Eu espero que isso esteja resolvido” afirmou, em entrevista no Palácio do Planalto.
“Quer dizer, na medida em que você celebrou, anunciou e celebra o acordo, o acordo está feito. O acordo é sempre um ganha-ganha, onde você vai abrir mão de uma coisa e ganhar de outro lado. Tem uma vantagem comparativa aqui, uma dificuldade ali, mas acho que vamos superar”, disse o vice-presidente.
Mas desafios persistem. Além da França, Polônia, Áustria, Bélgica e Irlanda também estão em desacordo com o tratado por motivos agrícolas e ambientais e fazem críticas constantes, especialmente ao desempenho ambiental da América do Sul.
A França é líder da oposição, especialmente por temer competição com o setor agrícola do país, altamente subsidiado. Recentemente, a agência de notícias “Ansa” revelou que a Itália também pode se juntar a esse grupo de opositores ao acordo por questões agrícolas, pedindo “proteção adequada para o setor” europeu.
Isto dificulta as condições para o acordo, que ainda precisa ser referendado pelo Parlamento Europeu.
Para Alckmin, Trump e Milei não são empecilhos
Sobre possíveis críticas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que é protecionista, Alckmin afirmou que não há relação entre a eleição no país norte-americano e os avanços no acordo.
“(O acordo) não teve relação direta com a eleição americana. Qualquer que fosse o resultado da eleição americana, eu diria que o acordo caminhou bem, o entendimento avançou, muita negociação. Agora, eu acho que ele é bom para o Mercosul, para os nossos países aqui do Mercosul, é bom para a União Europeia, mas também é bom para o mundo”, disse o vice-presidente.
Segundo ele, também não há chances de que o presidente da Argentina, Javier Milei (que vai ser o próximo presidente do Mercosul), atrapalhe o andamento do acordo. “A Argentina é um país importante, é a segunda economia no Mercosul, o país que exporta também bastante, tem interesse (no acordo). É bom para todos”, enfatizou