
O Bitcoin hoje mantém negociação próxima de US$ 109 mil em meio ao chamado “Red September”, período que historicamente pressiona o ativo. A análise é de Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.
Segundo Prado, o movimento recente reflete um conjunto de fatores: “O mercado segue em compasso de espera. Agosto trouxe queda de 6,5% no BTC, saídas de ETFs acima de US$ 750 milhões, liquidações que superaram US$ 200 milhões e até episódios de hacks relevantes. Esse ambiente explica o sentimento de cautela, traduzido pelo Fear & Greed Index em 39.”
Preço do Bitcoin entre suporte e resistência
Prado observa que o intervalo atual é chave para a leitura técnica: “O suporte em US$ 107 mil a US$ 108,7 mil é crucial. Se for perdido, há espaço para quedas até US$ 105 mil. Por outro lado, a superação de US$ 110,6 mil pode abrir fôlego até US$ 112 mil.”
A pressão vinda dos fundos também merece atenção. “O saldo negativo dos ETFs em agosto, de mais de US$ 750 milhões, é um dado que pesa na formação de preço. Dessa forma, esse fluxo, combinado com liquidações acima de US$ 200 milhões, mostra que o investidor institucional ainda não retomou força”, disse Prado.
Baleias, varejo e a expectativa pelo Fed
Enquanto investidores menores aguardam sinais do cenário macro, grandes players atuam em acúmulo. “Baleias estão comprando na faixa entre US$ 107 mil e US$ 110 mil. Já o investidor de varejo prefere cautela, atento à reunião do Fed, que pode trazer corte de juros e redefinir a direção do mercado”, avaliou Prado.
Em suma, o indicador de força relativa (RSI) aparece em níveis próximos de sobrevenda. Para Prado, esse dado técnico sugere “chance de respiro dentro da faixa atual, sem necessariamente indicar reversão imediata.”
Altcoins e rotação setorial
Além do Bitcoin, o especialista apontou sinais de seletividade em outros ativos. “Altcoins ainda não entraram em temporada plena, mas já vemos rotação em alguns setores. Tokens com fundamentos sólidos e apoio institucional ganham espaço mesmo nesse ambiente lateral”, concluiu.