
O Bitcoin opera em cautela nesta quinta-feira (30) após o corte de 25 pontos-base pelo Fed. O mercado reprecifica risco diante do discurso de Jerome Powell.
“O diferencial está no tom do comunicado”, disse Guilherme Prado, country manager da Bitget. Segundo ele, a sinalização para o ritmo de afrouxamento segue aberta: “O mercado olha não só o número, mas o que o Fed pretende para os próximos meses”.
Com a inflação próxima de 3% nos EUA e o dólar em alta, a pressão recai sobre ativos de risco. “O fortalecimento do dólar limita movimentos imediatos”, afirmou Prado. Para ele, a combinação de taxa de juros restritiva e incerteza sobre cortes reduz o apetite por alavancagem no curto prazo.
Fluxo institucional e ETFs de cripto
O interesse em ETFs de Bitcoin permanece. “Esse fluxo funciona como amortecedor de médio e longo prazo”, avaliou Prado. Ele citou o avanço de produtos, incluindo alternativas como ETF de Solana com staking: “Ajuda na institucionalização do mercado cripto, mas não neutraliza sozinho a aversão ao risco”.
A região entre US$ 108 mil e US$ 110 mil concentra defesa. “A perda desse suporte pode acelerar a busca por US$ 105 mil”, pontuou Prado. Dessa forma, em caso de reação, ele vê espaço para US$ 112 mil–US$ 115 mil: “O foco segue na digestão macro e na desalavancagem”.
Cenário tático: gestão de risco
Prado resume a leitura de curto prazo: “Prevalece o conservadorismo”. Para quem acompanha preço do Bitcoin, os gatilhos vêm de dados de inflação, trabalho e falas do Fed. Em suma, o monitoramento de fundos spot, taxa de juros e risco de dólar mais forte compõe o quadro de referência.