Declaração do presidente

Bradesco (BBDC4) está com o 'pé no chão' para enfrentar juros

O presidente do Bradesco acredita que o cenário é de maior risco para este ano, “mas que bate mais nas médias empresas do que nas pessoas físicas”

Balanço do Bradesco assusta mercado e ações derretem
Foto: Divulgação/Bradesco

Marcelo Noronha, o presidente do Bradesco (BBDC4), afirmou que o guidance divulgado pelo banco é conservador e  “pé no chão” para 2025. No entanto, ele ainda vê um crescimento “bom” para a margem financeira, entre 9% e 20%.

“Com juro que pode ir a 15%, inflação de 5,5%, temos que estar mais atentos”, disse Noronha em apresentação dos resultados a jornalistas, segundo o “Valor”. 

“Trabalhamos com política monetária contracionista, mas ainda assim vamos crescer bem a margem financeira líquida”, continuou.

Além disso, o executivo acredita que o cenário é de maior risco para este ano, “mas que bate mais nas médias empresas do que nas pessoas físicas”.

“A renda real das famílias deve crescer 2% este ano, com desemprego ainda baixo. Não me parece haver estresse grande na pessoa física”, afirmou. Noronha ainda indicou que não trabalha com a  expectativa de que o Bradesco terá problema de inadimplência

O apetite de risco do banco para este ano tem uma “regulagem”, segundo o presidente, o que se reflete nas projeções do banco.

“Já no quarto trimestre, quando vimos desvalorização do real e perspectiva diferente para taxa de juros, demos uma reduzida no apetite ao risco”, disse o chefe do Bradesco. 

“Estamos com muito pé no chão, muito cuidado com retorno ajustado ao risco”, prosseguiu. Segundo ele, o Bradesco fez “uma pequena provisão não recorrente” para continuidade da revisão do “footprint”, ou seja, do processo de revisão das agências e pontos de atendimento.

“Fechamos 1.385 pontos de atendimento no ano passado, acima da meta de 1.000″, afirmou Noronha.

Bradesco (BBDC4): lucro salta 87% e vai a R$ 5,4 bilhões no 4TRI24

O Bradesco (BBDC4) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 5,402 bilhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 87,7% em relação ao mesmo período de 2023, e um crescimento de 3,4% comparado ao terceiro trimestre do ano passado. 

No acumulado de 2024, o lucro do banco alcançou R$ 19,554 bilhões, representando um avanço de 20% sobre o ano anterior.

Esse resultado ficou em linha com as previsões do Broadcast, que estimavam um lucro de R$ 5,335 bilhões para o banco. O ano de 2024 foi marcado pela recuperação das margens do Bradesco, que retomou o crescimento no segmento de crédito. 

Outro ponto importante foi a ampliação da participação no capital da Cielo, que teve sua ação deslistada em agosto de 2024, contribuindo para o crescimento das receitas com serviços.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 12,7% no último trimestre de 2024, um aumento significativo de 5,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado e uma alta de 0,3 ponto percentual em comparação ao trimestre anterior. 

Ao final de 2024, os ativos totais do Bradesco somaram R$ 2,127 trilhões, o que representa um crescimento de 8,3% em relação ao ano anterior. O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 162,661 bilhões, registrando uma ligeira queda de 0,2% em relação a 2023.