Os preços futuros do cacau em Londres caíram nesta terça-feira (8), aproximando-se da mínima de oito meses registrada na sessão anterior. A expectativa, no entanto, é de que novas perdas sejam limitadas, diante dos baixos estoques globais da commodity.
O contrato para setembro recuou 42 libras, ou 0,8%, e fechou a 5.397 libras por tonelada métrica. Na véspera, o cacau havia atingido o menor nível desde novembro, a 5.280 libras.
Segundo operadores, os estoques globais ainda não foram recompostos de forma significativa após o forte déficit da temporada 2023/24 (outubro a setembro).
“As notícias dos dois maiores países produtores de cacau sugerem que haverá apenas um pequeno excedente de oferta em 2024/25, se houver”, destacou o Commerzbank em nota.
“Dessa forma, o risco é que o aumento urgentemente necessário dos estoques não se concretize.”
O banco acrescentou que não há sinais de alívio significativo até a próxima safra, o que tende a impedir uma nova rodada de quedas nos preços.
Em Nova York, o cacau também caiu: recuo de 1,3%, para US$ 8.090 por tonelada.
Café e açúcar
O café arábica avançou 7,35 centavos, ou 2,6%, e fechou cotado a US$ 2,856 por libra-peso. Foi o primeiro pregão de alta após seis sessões seguidas de queda. Analistas apontaram que o mercado estava sobrevendido, abrindo espaço para uma correção técnica.
Apesar do avanço, não há risco imediato de geada no Brasil, principal produtor global, segundo previsões climáticas. A temperatura segue dentro da média para o período, mas o clima ainda deve ser monitorado nas próximas semanas.
A Cooxupé, maior cooperativa de café do país, informou que a colheita nas regiões onde atua chegou a 40,4%, abaixo do ritmo observado no mesmo período do ano passado.
O café robusta também subiu: alta de 1,2%, para US$ 3.568 por tonelada.
Já o açúcar bruto recuou 0,15 centavo (0,9%) e encerrou o dia a 16,13 centavos de dólar por libra-peso. Operadores citaram como fator de pressão as expectativas de aumento na produção da Índia e da Tailândia na temporada 2025/26, o que pode levar a um novo excedente global.
Especuladores ampliaram suas apostas na queda do açúcar: a posição líquida vendida na ICE subiu 15.361 contratos, totalizando 124.834, até 1º de julho.
A produção no centro-sul do Brasil na segunda quinzena de junho deve ter caído 9,8% na comparação anual, segundo estimativa da S&P Global Commodity Insights.
O açúcar branco fechou em queda de 0,2%, a US$ 475,80 por tonelada.