Empresas 'muito atrasadas'

Cenário de juros segura recuperação de Small Caps, diz CIO da Trígono 

Roger enfatizou que essas empresas, apesar de seu potencial, ainda estão "muito atrasadas" em termos de valorização.

Foto: Werner Roger, CIO da Trígono Capital/BP Money
Foto: Werner Roger, CIO da Trígono Capital/BP Money

As small caps estão enfrentando uma recuperação lenta, influenciada principalmente pelo cenário de juros elevados, de acordo com Werner Roger, CIO da Trígono Capital, em análise concedida ao BP Money

Durante sua participação no Expert XP 2024, Roger enfatizou que essas empresas, apesar de seu potencial, ainda estão “muito atrasadas” em termos de valorização. 

“Nós acreditamos que as small caps estão muito atrasadas, são empresas muito boas, só que o que está segurando basicamente é a questão de juros”, afirmou Roger, destacando que a sensibilidade dessas companhias às taxas de juros tem sido um fator determinante para o desempenho limitado no mercado.

Roger explicou que, em momentos de incerteza econômica, os investidores tendem a priorizar ativos mais líquidos, evitando small caps devido à sua maior vulnerabilidade às flutuações nas taxas de juros. 

“No momento de incerteza, eles acabam ficando com as empresas mais líquidas, não é questão de valor, mas de ter exposição a empresas menos líquidas”, acrescentou.

Apostas da Trígono Capital nos setores de agro e indústria

Apesar do cenário desafiador para as small caps, Roger destacou o foco da Trígono Capital em setores estratégicos como agro e indústria, identificando oportunidades de crescimento, especialmente em empresas subvalorizadas. 

“O Brasil é talvez o país que mais exporta agroprodutos do mundo e é pioneiro nas ações de biocombustíveis”, comentou. 

Parceiros

Empresas como Tupi, Metal Leve, Schultz, São Martinho e Jalles Machado foram citadas como exemplos de companhias com grande potencial, impulsionadas por uma crescente demanda por biocombustíveis e pela necessidade de expandir a capacidade de armazenamento agrícola no país.

Investimentos de Alckmin no processo de reindustrialização

Roger também abordou o papel fundamental do vice-presidente Geraldo Alckmin no processo de reindustrialização do Brasil. 

O executivo destacou os investimentos governamentais anunciados, que somam R$ 130 bilhões destinados ao setor automotivo para modernização e inovação tecnológica. 

“O vice-presidente Alckmin tem sido um grande incentivador da reindustrialização, apoiando a indústria por meio de vários mecanismos, incluindo recursos do BNDES”, afirmou Roger, reforçando a importância desses investimentos para fortalecer a competitividade da indústria brasileira e posicionar o país como líder em tecnologia sustentável.

Esses movimentos são vistos como essenciais para preparar a economia brasileira para um cenário de juros mais baixos no futuro, o que pode finalmente desencadear uma valorização mais robusta das small caps. 

“Essas empresas diretamente receberão esses recursos, então a gente acha que os dois setores estão bem posicionados para políticas de governo e realmente para o que o Brasil precisa”, concluiu Roger.