“Lembrem senhores, não é apenas pela França que lutamos, é pelo Champagne.” disse o gênio inglês Winston Churchill para motivar suas tropas contra a Alemanha nazista de Hitler. Piadas a parte, Champagne é uma região que desperta a imaginação e os sentidos. Seu solo singular, uma combinação harmoniosa de calcário, giz e argila, fornece a base para o cultivo das uvas Pinot Meunier, Pinot Noir e Chardonnay que resultam nos famosos vinhos espumantes.
Esta encantadora região, situada no nordeste da França, é amplamente conhecida como o berço do divino néctar que é o champagne. Nesta terra dos prazeres borbulhantes, encontramos uma rica diversidade de produtores, cada um com sua própria história e abordagem na arte de produzir champagne.
Existem os pequenos produtores como Laval, Lassaigne, Marguet, Chavost e Lahaye que com amor e dedicação meticulosa cuidam de suas vinhas, colhendo as uvas à mão e criando verdadeiras obras de arte engarrafadas. Eles são artesãos do champagne, cujas produções limitadas e exclusivas merecem ser apreciadas como jóias raras.
Por outro lado, temos os produtores de larga escala, como Möet & Chandon, Veuve Clicquot, Bollinger, Taittinger, cujas casas renomadas são sinônimo de tradição e excelência. Essas casas históricas dominam o mercado global do champagne, produzindo milhões de garrafas todos os anos. Embora possam não ter a mesma aura de exclusividade dos pequenos produtores, eles compensam com sua consistência e a capacidade de produzir em grande escala.
Uma distinção importante a ser feita ao escolher uma garrafa de champagne é entre safrada e non-vintage. Champagne safrada é produzida a partir de uvas colhidas em um único ano excepcionalmente bom, resultando em um vinho que reflete as características únicas daquele ano específico. Por outro lado, o non-vintage é uma mistura habilmente elaborada de várias safras, buscando a consistência e o estilo característico da casa produtora. Ambas as opções oferecem prazeres sensoriais extraordinários, mas cada uma com seu próprio encanto distintivo.
Os brasileiros, fortuitamente, estão cada dia mais interessados em vinhos em geral. O consumo de champagne no Brasil também tem acompanhado essa tendência de crescimento no mercado de vinhos. A bebida tem se tornado uma escolha popular para comemorações e eventos corporativos. Vale ressaltar que nosso clima também é bastante convidativo para o consumo da bebida de borbulhas.
Com a expansão do mercado de luxo e um aumento significativo de importação de champagne de pequenos produtores para o Brasil, o consumo de champagne tem se tornado cada vez mais acessível com uma variedade de rótulos e produtores renomados disponíveis para os consumidores brasileiros desfrutarem.
Importadoras como a Uva Vinhos, Veritas, De la Croix e Anima Vinum estão fazendo um trabalho extraordinário no garimpo e na importação de alguns dos melhores da região. Além disso, vale ressaltar o cuidado de muitas delas com pequenos produtores de vinhos orgânicos e biodinâmicos, produzidos com respeito ao meio ambiente. Pode parecer pouca coisa, mas produtores desse gabarito não eram comuns no Brasil no passado recente.
Semana passada argumentei que estávamos no caminho certo na produção de vinhos no Brasil e sustentei que a caminhada dependerá em larga escala dos próprios brasileiros. Esta semana defendi que estamos progredindo no que tange à importação de grandes vinhos. Não gosto de falso otimismo, mas independentemente do resultado, finalizarei esse texto com outra frase do meu inglês preferido: “Eu não poderia viver sem champagne. Na vitória eu mereço, na derrota eu preciso.” Um brinde (de champagne)!